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Jilmar Tatto: “Concluir a reforma do Vale do Anhangabaú não será uma prioridade”

Projeto iniciado na gestão de Fernando Haddad (PT) virou uma das bandeiras da atual Prefeitura. O candidato também quer convencer banqueiros e bilionários a doarem fundos para a cidade.

O EL PAÍS e o MyNews entrevistaram nesta terça-feira o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2020, Jilmar Tatto, como parte de uma série de sabatinas com os postulantes. A conversa é transmitida em tempo real no site do EL PAÍS, na página do jornal do YouTube e no canal do MyNews no YouTube.

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Na conversa, Tatto disse que, caso seja eleito, concluir a reforma do Vale do Anhangabaú não estará entre as suas prioridades. “Sou a favor de ocupar o dentro, ele precisa de uma política específica e precisa ser um lugar agradável. Mas o Anhangabaú não pode ser uma ilha, uma Dinamarca. Nesse momento de pandemia, não considero um projeto prioritário essa reforma”, afirmou. O projeto de reforma do local foi foi iniciado no governo de Fernando Haddad (PT), do qual Tatto era secretário, mas acabou de tornando uma das obras mais relevantes para a atual prefeitura, de Bruno Covas (PSDB). A previsão inicial era entregar o projeto de R$ 100 milhões― muito criticado nas redes sociais devido à retirada da área verde local― até setembro, mas as obras foram temporariamente embargadas pela Justiça. A Prefeitura agora corre contra o tempo para tentar entregar a primeira fase antes do final do mandato de Covas, no final deste ano. Também existe a intenção da Prefeitura de transferir a gestão da área para iniciativa privada, no formato de concessão.

Tatto também mostrou a intenção de conversar com “bilionários e banqueiros” de São Paulo e tentar convencê-los a participar de um projeto de “salvação da cidade”. Ele propôs doações, que poderiam ser usadas em fundos de combate à pobreza e em programas de renda mínima para a população mais carente, e disse que o projeto, pelo menos de início, seria voluntário. Eu não sou do conflito aberto, a cidade é de todos. Mas quem ganha mais tem que pagar mais. Se não convencê-los, daí usaremos a lei", afirmou. O candidato disse que a proposta é voltada apenas para os bilionários, deixando de lado os milionários e a classe média. “Não quero nem IPTU progressivo para a classe média, que está perdendo plano de saúde e tendo que mandar os filhos para a escola pública por causa da crise. Mas tem gente ganhando dinheiro na pandemia e vamos ver isso”, disse.

Veja a íntegra da entrevista no vídeo acima.

Jilmar Tatto (Corbélia, 1965) é filiado ao PT desde 1981. Foi deputado federal, estadual e secretário de Transporte de São Paulo nas gestões de Marta Suplicy e Fernando Haddad. Tem forte base eleitoral na zona sul da capital, principalmente na região da Capela do Socorro, onde comanda uma azeitada máquina política, mas nunca foi uma estrela popular do partido. Neste ano, ganhou o direito de ser candidato a prefeito em umas acirradas primárias petistas, nas quais derrotou Alexandre Padilha. “É preciso saber se o partido vai convencer as pessoas que teoricamente votam no PT a votar no Jilmar", disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao EL PAÍS ao comentar a disputa. O PT costuma ter ao menos 20% dos votos na capital, mas Tatto aparece com 1% dos votos na mais recente pesquisa Datafolha sobre a disputa.

Veja a programação completa das Sabatinas EL PAÍS + MyNews com os postulantes à Prefeitura de São Paulo, que vai até sexta-feira.

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