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Bolsonaro apresenta febre e faz novo teste para covid-19

Presidente diz afima estar bem e diz que está tomando hidroxicloroquina. Agenda do mandatário foi suspensa até o resultado do teste, que deve sair nesta terça

Bolsonaro no dia 17 de junho, no Palácio do Planalto.
Bolsonaro no dia 17 de junho, no Palácio do Planalto.ADRIANO MACHADO (Reuters)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que apresenta sintomas da covid-19 e que realizou um novo teste para detectar a doença, por orientação de sua equipe médica. As informações foram dadas à emissora CNN Brasil, a quem o presidente brasileiro também relatou que está se tratando com hidroxicloroquina, medicamento que tem defendido desde o início da pandemia, apesar de não ter comprovação de eficácia científica. Bolsonaro foi atendido no hospital das Forças Armadas com uma febre de 38 graus e realizou uma ressonância magnética nos pulmões para checar se os órgãos foram comprometidos. Ao voltar para o Palácio da Alvorada, por volta de 18h, ele desceu em frente à residência oficial e conversou com apoiadores, usando máscara.

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“Estou evitando [me aproximar] porque eu vim do hospital agora. Fiz uma ‘chapa’ do pulmão, tá limpo o pulmão, tá certo? Fui fazer o exame de covid, agora há pouco, mas está tudo bem”, disse o presidente, conforme registrado em vídeo pelo site bolsonarista Foco do Brasil. Bolsonaro tem 65 anos de idade e, por ser idoso, faz parte do grupo de risco para a doença.

Desde o início da crise no Brasil, o presidente tem sustentado uma postura negacionista em relação à doença. Já se referiu a ela como uma “gripezinha” e afirmou em rede nacional que seu “histórico de atleta” o protegia de desenvolver sintomas mais graves, caso contraísse o vírus, na tentativa de estimular pessoas que não são do grupo de risco a retomarem suas atividades. Por diversas vezes, participou de eventos com aglomerações e se reuniu com outras pessoas sem usar máscaras, contrariando as orientações das principais autoridades sanitárias mundiais e até de seu primeiro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que acabou sendo retirado do cargo.

Ele já havia realizado três testes para a doença que, segundo ele, deram negativo. Mas se recusou a mostrar publicamente os resultados. O jornal O Estado de S. Paulo, então, entrou com um pedido na Justiça para ver os resultados, que chegou ao Supremo Tribunal Federal. Antes de uma decisão judicial da Corte, ele decidiu publicar as informações.

Boa parte dos membros do Governo Bolsonaro já contraíram a doença, muitos deles após uma viagem oficial aos Estados Unidos, a qual o próprio presidente brasileiro estava presente. Entre os ministros que foram diagnosticados desde o início da pandemia estão Augusto Heleno (GSI) e Bento Albuquerque (Minas e Energia), além do secretário executivo do Ministério das Comunicações, Fábio Wajngarten.

Nesta segunda-feira, o mandatário participou de ao menos seis reuniões presenciais com nove pessoas. No sábado passado, esteve na embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, participando de um almoço em comemoração à independência do país. Em suas redes sociais, o presidente e alguns de seus ministros publicaram imagens do encontro com o embaixador Todd Chapman. Nenhum deles usava máscaras e todos estavam próximos uns aos outros. A agenda dos próximos dias foi suspensa até que o resultado do exame seja divulgado.

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