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Brasil se afasta de ‘platô' e volta a registrar um “aumento significativo” de novos casos de covid-19

Ministério da Saúde, que na última semana comemorava estabilização de casos, alerta para a interiorização da doença. Com exceção do Norte, todas as regiões apresentaram crescimento

Fila para entrar em um shopping na cidade de São Paulo, após o relaxamaento da quarentena na capital no último dia 11.
Fila para entrar em um shopping na cidade de São Paulo, após o relaxamaento da quarentena na capital no último dia 11.Toni Pires
Marina Rossi

A curva de novos casos e óbitos em decorrência do novo coronavírus no Brasil voltou a subir, depois de se aproximar de uma estabilização. Com exceção da região Norte, o país todo registrou aumento no número de infectados na última semana, marcada pelo relaxamento da quarentena em diversos Estados e municípios. De acordo com o Ministério da Saúde, que falou em “aumento significativo de novos casos”, houve um acréscimo de 22% nos contágios entre o dia 14 e 20 de junho. Na semana anterior, o aumento havia sido de 2%. O número de óbitos notificados também desenhou no gráfico uma curva mais ascendente, crescendo 7% agora, diante de uma queda de 4% no período anterior. Nesta quarta-feira, o país chegou a marca dos 1.188.631 infectados e 53.830 óbitos.

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Varios usuarios hacen uso de las instalaciones de la biblioteca municipal de Valencia abierta hace un mes tras el parón por el coronavirus, pero en la que sólo desde esta semana, al entrar la Comunidad Valenciana en la fase 3, se pueden actividades culturales, siempre que no se supere el 50% del aforo autorizado. También se permite el estudio en sala, siempre que se den las condiciones necesarias según la dirección de la biblioteca, y no se supere el 50% del aforo autorizado. En Valencia, Comunidad Valenciana (España), a 16 de junio de 2020.
17 JUNIO 2020;BIBLIOTECAS PUBLICAS;VALENCIA;COVID19;CORONAVIRUS
Iván Terrón / Europa Press
17/06/2020
As últimas notícias sobre o coronavírus e a crise política do Governo Bolsonaro
BRA50. SAO PAULO (BRASIL), 15/04/2020.- Pasajeros desembarcan del tren este lunes en la estación Luz, en el centro de Sao Paulo (Brasil). En Brasil los números de casos y muertes por COVID-19 siguen creciendo diariamente y el pico de la curva de contagios tan sólo es esperado en julio, pese a ello gran parte de los gobiernos regionales y municipales comenzaron a desmontar las medidas de distanciamiento social que habían impuesto. EFE/Sebastião Moreira
Quarentenas ‘ioiô' em capitais do Brasil cultivam incerteza e adiam a retomada da economia
BRA50. SAO PAULO (BRASIL), 19/06/2020.- Personas con tapabocas caminan por una calle este viernes, en Sao Paulo (Brasil). EFE/ Sebastiao Moreira
Brasil chega a um milhão de casos de covid-19 à beira de estabilização, mas reabertura freia otimismo

São Paulo, o epicentro da pandemia e um dos Estados que flexibilizou a quarentena nas últimas semanas, amargou um novo recorde nesta quarta: registrou mais de 9.000 casos nas últimas 24 horas, o maior número até agora. Antes disso, um pico havia sido observado no dia 19, mas por um problema de acúmulo de casos depois que o sistema de notificação permaneceu fora do ar. Apesar da alta nos números, o Governo segue o plano de relaxamento do isolamento social, da mesma forma que o Rio de Janeiro e o Ceará, e já planeja reabrir as escolas em setembro.

Na semana passada, quando o Ministério da Saúde comemorava a aproximação de um “platô” estatístico —quando o aumento de casos começa a se mover horizontalmente e não mais para cima— especialistas já alertavam que a reabertura precoce do comércio em várias cidades trazia um risco para uma nova subida de casos. O exemplo mais recente de um relaxamento precipitado foi Curitiba, que apresentava em maio estatísticas mais confortáveis da covid-19, mas acabou voltando atrás na reabertura do comércio depois que os casos cresceram novamente. Outras cidades, inclusive no interior de São Paulo, também viveram esse movimento de abre e fecha das portas dos estabelecimentos depois que os números colocaram em xeque o retorno comercial. O mesmo ocorreu em países como Portugal e Alemanha, que deram um passo atrás recentemente, voltando a impor restrições.

No entanto, o Ministério da Saúde não atribuiu a ascendência da curva da covid-19 à reabertura econômica em coletiva de imprensa nesta quarta, acompanhando a linha de Jair Bolsonaro (sem partido), que sempre foi contrário às medidas de isolamento social. O “aumento significativo de novos casos”, como classificou Arnaldo Correia, secretário de Vigilância em Saúde, pode ter tido como uma das causas a mudança de estação, como complementou Eduardo Macário, diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. “O inverno coincidiu com o aumento de casos”, afirmou.

Os técnicos chamaram atenção, no entanto, para a interiorização da pandemia. Se antes a doença acertou em cheio as capitais, como São Paulo, Manaus, Belém, Fortaleza, Rio de Janeiro e Recife, agora ela penetra pelo interior, e em ritmo acelerado. Tanto os casos confirmados quanto os óbitos diminuíram nas capitais e aumentaram no interior na última semana.

Diante dos casos crescentes e da interiorização da doença, o Ministério da Saúde afirmou que pretende testar 22% da população e ampliou os critérios de diagnóstico. Além da testagem, que a partir de agora será feita, segundo a pasta, em casos leves além dos graves e óbitos, o médico poderá diagnosticar um doente sem que o teste seja feito, levando em conta histórico do paciente e exames de imagem, por exemplo. De acordo com a pasta, os novos critérios devem ampliar o diagnóstico.

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