
As ruínas do “hotel do Youssef” em Porto Seguro
7 fotosAcordo que garantiu posse do hotel ao Safra acabou blindando o banco de punições por negociar com doleiro Alberto Youssef, antigo proprietário do imóvel. Procuradores dizem que acordo é de interesse público
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1Hotel em Porto Seguro dado pelo doleiro Alberto Youssef como garantia de um empréstimo feito pela operadora Marsans Viagens com o Safra. Thais Nunes -
2O hotel foi comprado em um leilão por Youssef em 2011, por 6 milhões reais. O doleiro adquiriu a Marsans um ano depois, em meio a uma crise financeira, e logo em seguida renegociou a dívida da operadora de turismo com diretores do Safra. Thais Nunes -
3Em 2014, na primeira fase da Lava Jato, o hotel foi apreendido por meio de sequestro judicial determinado pelo então juiz Sergio Moro por ser considerado produto dos crimes de Youssef. Thais Nunes -
4Em março de 2015, o Safra pediu ao juiz federal a revogação da ordem de sequestro, alegando que o hotel encontrava-se desocupado e “alvo de vandalismo, depredação e furto”. O pedido foi parcialmente atendido. Thais Nunes -
5Para garantir a posse do imóvel o Safra pagou 4 milhões de reais em um termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado com o MPF, em 2016. Mas o acordo não só encerrou a disputa sobre a propriedade como blindou o banco de qualquer ação civil pública ou questionamentos sobre a condução do negócio com Youssef. Thais Nunes -
6A força-tarefa da Lava Jato de Curitiba informou em nota que considerou o acordo com o Safra favorável ao interesse público. “Enquanto o bloqueio criminal poderia continuar a ser questionado por diversas instâncias do Judiciário e somente haveria o confisco do bem ou de seu valor ao final de sentença condenatória transitada em julgado, o acordo significava o ingresso imediato e definitivo do valor correspondente ao bem para os cofres públicos”, informa. Thais Nunes -
7À esquerda, imagem divulgada em 2015 do hotel em Porto Seguro com a frase: "Petrobras é do povo". À direita, foto de novembro de 2019 do empreendimento que foi entregue pela Justiça ao Banco Safra, agora em ruínas. Thais Nunes