
Guarda-chuvas de marca, passinho, sinalizadores: o baile Dz7 de Paraisópolis
12 fotosUm dos mais famosos bailes funk de São Paulo, o Dz7 resiste após tragédia com nove mortos. No coração de Paraisópolis, a segunda maior favela da capital, a dança e a diversão acabam sendo símbolo de resistência. Fotos de Fernando Cavalcanti
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1O baile funk (ou fluxo) Dz7 acontece na segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, na zona sul. Às quintas-feiras já tem festa, que se repete até a madrugada de sábado para domingo. No dia 1º uma ação da Polícia Militar deixou nove pessoas mortas pisoteadas no local. Dia 8 foi realizada uma homenagem às vítimas. Fernando Cavalcanti -
2Lucas Pereira de Souza, 24 anos, dançava com um sinalizador verde aceso, do mesmo modelo daqueles usados pelas torcidas em estádios. “É para comemorar, extravasar... Eu estou feliz com o baile, feliz que ele está acontecendo, mas metade do meu coração está partido. Tenho a idade dos meninos que morreram, mas graças a Deus estou vivo!” Fernando Cavalcanti -
3John, 29, tem uma barraca de bebidas, e trabalha toda semana no baile Dz7. "Em um dia bom consigo até 700 reais", afirma. O carro chefe é o whisky com energético, 40 reais a garrafa. Fernando Cavalcanti -
4Durante o baile é comum ver jovens erguendo suas garrafas de whisky. É um sinal de ostentação e status, ingrediente tão caro ao funk. Fernando Cavalcanti -
5Karol Alves (à esq.), 24, afirma que no Dz7 há bem menos assédio contra as mulheres do que nas "festas de playboy". Moradora de Paraisópolis, ela afirma que o baile é uma opção acessível de lazer. "Não paga pra entrar, é só chegar e se divertir". Fernando Cavalcanti -
6Durante o fluxo, dezenas de equipamentos de som ficam ligados simultaneamente. O funk se repete em todos. Na imagem e possível ver guarda-chuvas com logotipo de marcas famosas: outra moda do Dz7, que também tem a ver com o funk ostentação. Fernando Cavalcanti -
7De acordo com os moradores, o baile Dz7, um dos mais tradicionais de São Paulo, ocorre no mesmo local em Paraisópolis há pelo menos nove anos. Fernando Cavalcanti -
8Em uma noite de sábado até 5.000 pessoas participam do baile em Paraisópolis. Fernando Cavalcanti -
9Karen (de boné), 24, e a irmã Natália, 21, vão ao baile quase todos os finais de semana. "Venho sempre, nunca fui assediada. Mesmo brigas são raríssimas", diz a mais velha. Fernando Cavalcanti -
10Os sinalizadores coloridos, iguais aos utilizados nos estádios pelas torcidas, também podem ser comprados no baile. "O pequeno custa oito reais e o grande 15", explica Leandro da Silva, 28, que tem uma barraca de bebidas no local. Fernando Cavalcanti -
11Dono de um "paredão de som" exibe camisa com foto de sua aparelhagem. Alguns equipamentos de som vem de outros bairros apenas para tocar no Dz7. Fernando Cavalcanti -
12Como toda festa nos dias de hoje, o fluxo do DZ7 também é lugar de selfies. Fernando Cavalcanti