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Jovens dançam em cima de um carro de som durante o baile Dz7, em Paraisópolis, dia 8 de dezembro.
Jovens dançam em cima de um carro de som durante o baile Dz7, em Paraisópolis, dia 8 de dezembro.

Guarda-chuvas de marca, passinho, sinalizadores: o baile Dz7 de Paraisópolis

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Um dos mais famosos bailes funk de São Paulo, o Dz7 resiste após tragédia com nove mortos. No coração de Paraisópolis, a segunda maior favela da capital, a dança e a diversão acabam sendo símbolo de resistência. Fotos de Fernando Cavalcanti

  • O baile funk (ou fluxo) Dz7 acontece na segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, na zona sul. Às quintas-feiras já tem festa, que se repete até a madrugada de sábado para domingo. No dia 1º uma ação da Polícia Militar deixou nove pessoas mortas pisoteadas no local. Dia 8 foi realizada uma homenagem às vítimas.
    1O baile funk (ou fluxo) Dz7 acontece na segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, na zona sul. Às quintas-feiras já tem festa, que se repete até a madrugada de sábado para domingo. No dia 1º uma ação da Polícia Militar deixou nove pessoas mortas pisoteadas no local. Dia 8 foi realizada uma homenagem às vítimas.
  • Lucas Pereira de Souza, 24 anos, dançava com um sinalizador verde aceso, do mesmo modelo daqueles usados pelas torcidas em estádios. “É para comemorar, extravasar... Eu estou feliz com o baile, feliz que ele está acontecendo, mas metade do meu coração está partido. Tenho a idade dos meninos que morreram, mas graças a Deus estou vivo!”
    2Lucas Pereira de Souza, 24 anos, dançava com um sinalizador verde aceso, do mesmo modelo daqueles usados pelas torcidas em estádios. “É para comemorar, extravasar... Eu estou feliz com o baile, feliz que ele está acontecendo, mas metade do meu coração está partido. Tenho a idade dos meninos que morreram, mas graças a Deus estou vivo!”
  • John, 29, tem uma barraca de bebidas, e trabalha toda semana no baile Dz7. "Em um dia bom consigo até 700 reais", afirma. O carro chefe é o whisky com energético, 40 reais a garrafa.
    3John, 29, tem uma barraca de bebidas, e trabalha toda semana no baile Dz7. "Em um dia bom consigo até 700 reais", afirma. O carro chefe é o whisky com energético, 40 reais a garrafa.
  • Durante o baile é comum ver jovens erguendo suas garrafas de whisky. É um sinal de ostentação e status, ingrediente tão caro ao funk.
    4Durante o baile é comum ver jovens erguendo suas garrafas de whisky. É um sinal de ostentação e status, ingrediente tão caro ao funk.
  • Karol Alves (à esq.), 24, afirma que no Dz7 há bem menos assédio contra as mulheres do que nas "festas de playboy". Moradora de Paraisópolis, ela afirma que o baile é uma opção acessível de lazer. "Não paga pra entrar, é só chegar e se divertir".
    5Karol Alves (à esq.), 24, afirma que no Dz7 há bem menos assédio contra as mulheres do que nas "festas de playboy". Moradora de Paraisópolis, ela afirma que o baile é uma opção acessível de lazer. "Não paga pra entrar, é só chegar e se divertir".
  • Durante o fluxo, dezenas de equipamentos de som ficam ligados simultaneamente. O funk se repete em todos. Na imagem e possível ver guarda-chuvas com logotipo de marcas famosas: outra moda do Dz7, que também tem a ver com o funk ostentação.
    6Durante o fluxo, dezenas de equipamentos de som ficam ligados simultaneamente. O funk se repete em todos. Na imagem e possível ver guarda-chuvas com logotipo de marcas famosas: outra moda do Dz7, que também tem a ver com o funk ostentação.
  • De acordo com os moradores, o baile Dz7, um dos mais tradicionais de São Paulo, ocorre no mesmo local em Paraisópolis há pelo menos nove anos.
    7De acordo com os moradores, o baile Dz7, um dos mais tradicionais de São Paulo, ocorre no mesmo local em Paraisópolis há pelo menos nove anos.
  • Em uma noite de sábado até 5.000 pessoas participam do baile em Paraisópolis.
    8Em uma noite de sábado até 5.000 pessoas participam do baile em Paraisópolis.
  • Karen (de boné), 24, e a irmã Natália, 21, vão ao baile quase todos os finais de semana. "Venho sempre, nunca fui assediada. Mesmo brigas são raríssimas", diz a mais velha.
    9Karen (de boné), 24, e a irmã Natália, 21, vão ao baile quase todos os finais de semana. "Venho sempre, nunca fui assediada. Mesmo brigas são raríssimas", diz a mais velha.
  • Os sinalizadores coloridos, iguais aos utilizados nos estádios pelas torcidas, também podem ser comprados no baile. "O pequeno custa oito reais e o grande 15", explica Leandro da Silva, 28, que tem uma barraca de bebidas no local.
    10Os sinalizadores coloridos, iguais aos utilizados nos estádios pelas torcidas, também podem ser comprados no baile. "O pequeno custa oito reais e o grande 15", explica Leandro da Silva, 28, que tem uma barraca de bebidas no local.
  • Dono de um "paredão de som" exibe camisa com foto de sua aparelhagem. Alguns equipamentos de som vem de outros bairros apenas para tocar no Dz7.
    11Dono de um "paredão de som" exibe camisa com foto de sua aparelhagem. Alguns equipamentos de som vem de outros bairros apenas para tocar no Dz7.
  • Como toda festa nos dias de hoje, o fluxo do DZ7 também é lugar de selfies.
    12Como toda festa nos dias de hoje, o fluxo do DZ7 também é lugar de selfies.