_
_
_
_
_

Decretado toque de recolher em Bogotá depois de protestos em massa

Prefeito tomou a decisão depois que atos de vandalismo aconteceram em algumas áreas. Protestos pacíficos foram dispersados com gás lacrimogêneo pela polícia

A polícia antidistúrbios em frente a um grupo de manifestantes nesta sexta-feira, em Bogotá.
A polícia antidistúrbios em frente a um grupo de manifestantes nesta sexta-feira, em Bogotá.Mauricio Dueñas Castañeda (EFE)
Mais informações
Colômbia se mobiliza em massa contra o Governo de Iván Duque
Ministro da Defesa da Colômbia renuncia por causa da morte de 8 menores

O prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, decretou toque de recolher a partir das 21h (hora local) em toda a cidade depois dos atos de vandalismo que aconteceram em algumas áreas. Um dia depois de uma grande mobilização no país, a capital se dividiu entre dois sons sobrepostos: os panelaços de cidadãos pacíficos que se repetiram na tarde de sexta-feira e os das granadas de atordoamento da polícia, que enfrentou durante todo o dia atos de vandalismo e saques que causaram o caos, especialmente no sul da cidade.

"Devemos rejeitar categoricamente qualquer forma de violência", disse o presidente Iván Duque em uma mensagem televisionada no início da noite de sexta-feira. O presidente, que não havia falado durante o dia, com exceção de alguns anúncios no Twitter, chefiou um gabinete extraordinário e visitou o Posto de Comando Unificado para coordenar as forças de segurança. Além disso, ele disse que, em nível nacional, pediu aos prefeitos que tomassem as medidas adequadas para salvaguardar a ordem, que inclui a lei seca e o toque de recolher, quando necessário.

A decisão, que restringe a liberdade de movimento, foi tomada momentos depois de o prefeito da capital colombiana ter decretado essa medida em três áreas populares: os distritos de Bosa, Ciudad Bolívar e Keneddy. Em Bogotá, a medida começará a ser aplicada uma hora mais cedo do que nas demais cidades da capital: às 20h. Até o momento, pelo menos 146 pessoas foram presas.

Durante esta sexta-feira nessas áreas populares aconteceram ataques às estações do Transmilenio, o principal sistema de transporte público da capital, saques a supermercados e confrontos com a polícia. “O que temos é uma horda de delinquentes que destroem os bens de todos os cidadãos, que saqueiam e roubam, que querem acabar com a cidade. São uma minoria”, disse Peñalosa na sexta-feira à tarde.

No total, 76 estações do Transmilenio foram atacadas e parcialmente destruídas, assim como 79 ônibus do Sistema Integrado de Transporte (SITP), que funcionam nos bairros. Por meio de sua conta no Twitter, Duque apoiou a medida. “Procuramos preservar a ordem e a segurança nessas áreas, com a presença da polícia e do Exército nacional.”

Enquanto a tropa de choque continua tentando dispersar esses grupos que semearam o caos no sul do país, milhares de bogotanos caminham durante longas horas para chegar às suas casas devido à suspensão total do Transmilenio. Outros vão em ônibus lotados e inclusive pendurados enquanto alguns sobem em caminhões para tentar chegar ao sul da cidade.

Em meio à tensão, um grupo de manifestantes protagonizou um panelaço pacífico na Plaza de Bolívar, que foi dispersado pela polícia com gás lacrimogêneo. Muitos bogotanos se juntaram com suas panelas a esse protesto em outros bairros do centro e do norte da cidade.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_