_
_
_
_
_

Dez perguntas que revelam se um casal tem futuro

Se sua resposta a todas elas for “sim”, há grandes chances de que o amor sobreviva à passagem do tempo

Contar com um emprego para pagar as nossas contas, gozar de boa saúde e ver nossos entes queridos felizes são, sem dúvida, três das preocupações mais comuns que inquietam a maioria das pessoas. Uma vez aplacados esses temores, o que nos interessa são os assuntos do coração. Amar e ser amado é fundamental para uma vida plena, e se mantivermos esse estado de graça ao longo do tempo, a coisa passa a ser classificada como "milagre". Gostaríamos de manter a chama acesa para sempre, mas isso nem sempre é possível. Ainda assim, a dúvida sobre a durabilidade do amor nunca sai da cabeça de um apaixonado.

Mais informações
Adultério S.A.: a florescente indústria da infidelidade
Cupido no campo minado da era digital
Amamos tal qual nos amaram

Gary Lewandowski, professor de psicologia na Universidade Monmouth (EUA), disse ao jornal The Independent que a pergunta mais recorrente em seu consultório se refere a como podemos saber se estamos em uma relação correta —leia-se sadia, sólida e que possa ser longa. Consciente da preocupação que o assunto desperta, o especialista decidiu criar uma lista de perguntas a fim de resolver essa dúvida compartilhada.

Seu questionário foi pensado para que cada um possa descobrir por si só se sua relação é benéfica ao seu bem-estar emocional: se o amante responder afirmativamente a todas as questões, o resultado do teste determina que vale a pena cuidar da sua relação. Pelo contrário, cada um dos nãos deixa entrever uma relação duvidosa, em que a melhor opção talvez seja que cada um siga caminhos diferentes.

A lista de perguntas proposta por Lewandowski gera análises diversas entre os especialistas. O balanço final, porém, não é ruim para este teste: há 10 perguntas que podem ajudar a prever se uma relação durará. Responder sim a estas questões é sinal de longevidade do amor.

Você considera seu parceiro o seu melhor amigo?

Neste caso, a psicóloga Carme Sánchez, sexóloga da clínica Instituto de Urologia Serrate & Ribal, de Barcelona, concorda com Lewandowski sobre a importância de ser amigo da pessoa amada. Porém, há um limite: "Seu parceiro pode ser seu melhor amigo, mas nunca deve ser sua única amizade", salienta.

Você se acha sexualmente compatível com seu parceiro?

Lewandowski observa que outro dos requisitos para dar credibilidade a uma relação é o grau de satisfação do ponto de vista das relações sexuais. Caso a resposta a esta pergunta seja negativa,  não se pode falar em uma relação sadia e o mais provável é que já esteja fadada ao fracasso.

Você e seu parceiro são emocionalmente estáveis?

A priori, uma resposta afirmativa a esta questão significaria que "em caso de conflito, seria mais simples que fosse solucionado de forma civilizada, já que o casal contaria com as ferramentas necessárias para chegar a acordos sem escaladas de poder e sem agravar a situação", observa a sexóloga, e isso é bom. Sánchez afirma que um sim favoreceria uma relação de casal mais saudável.

Você se acha uma pessoa melhor ao lado do seu parceiro?

Para María Acampo Ruano, psicóloga do Hospital Universitário Sanitas La Zarzuela, de Madri, esta é uma das perguntas mais relevantes do questionário de Lewandowski. "Encontrar um parceiro que favoreça a expressão do melhor de nós mesmos é um requisito fundamental quando falamos de relações sadias", afirma a especialista. Um ponto a favor da relação.

Sente-se à vontade compartilhando seus sentimentos com seu parceiro?

"A confiança com o outro vai se construindo pouco a pouco, e isso acontece em grande medida graças ao compartilhamento de nossos sentimentos. Há pessoas que têm dificuldades para fazer isso e se sentem incomodadas quando falam sobre suas emoções. Porém, se este tipo de comunicação não for fomentada a relação se torna superficial e é provável que as duas pessoas acabem se afastando", afirma Campo Ruano. Como Lewandowski, a psicóloga considera que um clima de confiança no casal é imprescindível. Caso não exista, a especialista aconselha compreensão e aceitação para criá-lo. Afinal de contas, a boa saúde de um relacionamento no futuro depende do trabalho que se dedica a ela hoje.

Você aceita seu parceiro como ele é?

Acampo Ruano também se alinha com Lewandowski nesta questão, embora com matizes. Para a especialista, embora numa relação "devêssemos assumir de bom grado os defeitos do nosso companheiro, obter uma aceitação total de todas as condutas do outro é extremamente difícil, se não impossível". Para que o amor dure, é preciso admitir que a perfeição não existe.

Podem discutir com respeito, sem chegar aos insultos?

"Uma ferramenta imprescindível para lutar contra as tensões do dia a dia e as dificuldades que vão se apresentando com o passar do tempo é o respeito", aponta Campo Ruano. Isto significa que uma resposta afirmativa a esta pergunta é imprescindível para desfrutar de uma relação sólida. "Uma boa comunicação, baseada na expressão das emoções sem atacar o outro, fomenta a busca conjunta por soluções e a união do casal em momentos de crise", afirma.

Você pensa mais em “nós” que em você mesmo?

Responder com um sim a esta pergunta seria a prova de que vocês mantém uma boa relação de casal. Assim acreditam Lewandowski e Josu Ahedo, diretor do mestrado em Orientação Educativa Familiar da Universidade Internacional de La Rioja, segundo quem “pensar na chave do nós prioriza o vínculo e a união no casal".

Você tem uma boa opinião sobre seu parceiro?

Ahedo considera que este é um dos fatores fundamentais que intervêm na durabilidade de uma relação. Mas o especialista esclarece que, para a configuração de uma imagem integral do outro, deve-se levar em conta tanto sua inteligência como sua atitude e personalidade.

Você compartilha com seu parceiro os mesmos valores quanto a religião, política, casamento, o desejo de ter filhos ou como educá-los?

Embora este aspecto tenha bastante importância, existe um matiz importante, segundo o especialista: "Compartilhar valores essenciais é algo que facilitará a convivência. Entretanto, amar o parceiro de um modo exclusivo e total é mais do que conviver".

Não seja ciumento, nem se preocupe com o que os outros pensam

Nem todas as perguntas propostas por Lewandowski passam pelo crivo dos especialistas consultados para escrever este artigo. Segundo eles, cinco das dez questões não servem para avaliar a longevidade de uma relação, e inclusive há algumas orientadas para atitudes potencialmente prejudiciais.

Acha que deveria dar sua senha das redes sociais ao seu parceiro, e saber a dele?

Se a resposta for afirmativa, para a sexóloga Carme Sánchez, sua relação está longe de ser perfeita e pode ter caído na falsa crença de que devemos contar tudo ao outro para que a relação funcione. Na opinião da especialista, isso não é saudável.

Há ciúmes em sua relação?

Para o autor do ambicioso questionário, este sentimento controlador é a garantia de que o amor é firme e, portanto, que sua relação tem futuro. Para a sexóloga, essa hipótese encarna um dos mitos mais arraigados na sociedade: "Se não há ciúmes, não há amor". Segundo a especialista, o ciúme introduz dor e mal-estar no casal, o que leva a uma relação tóxica.

Você antepõe as necessidades do seu parceiro às suas?

Na opinião de Sánchez, o fato de Lewandowski priorizar o desejo do outro em detrimento do seu próprio fomenta outra das falácias do amor. Nela, "exige-se a entrega total e a renúncia absoluta sob a justificativa de que este sentimento pode com tudo". Porém, isso não é aconselhável quando se vive fora das tramas das novelas.

Compartilham meio a meio a tomada de decisões?

Lewandowski acha que deveria ser assim, enquanto a psicóloga María Acampo Ruano não considera que a divisão do poder deva ser equitativa para qualificar uma relação como correta. De fato, segundo a especialista, "é frequente que os casais adotem papéis complementares. Se um dos dois tende a ser mais autoritário, o outro costuma se deixar levar nesse terreno. Por outro lado, se levarmos esta situação a um extremo, poderiam ocorrer situações de abuso e submissão". A essência da questão, portanto, não seria a divisão exata das decisões, mas sim que ambos sejam levados em conta e sintam que são protagonistas em tudo o que ocorre.

Seus amigos acham que sua relação é ideal?

Não perca tempo com isso. Josu Ahedo, da Universidade Internacional de La Rioja, descartaria essa pergunta porque "não há um acordo unânime sobre as características que uma relação modelo deveria ter". Portanto, seria errado confiar a durabilidade da nossa relação à percepção que nossa família, amigos ou colegas de trabalho têm a respeito dela.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_