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Cinco alternativas chinesas (e mais baratas) ao iPhone 11

Fabricantes do gigante asiático apresentam engenhosas soluções para competir com a Apple no terreno que adquire mais relevância: a fotografia

O Asus Zenfone 6 chama a atenção por sua Flip Camera, que consiste em um mecanismo motorizado que levanta o módulo da dupla câmera principal.
O Asus Zenfone 6 chama a atenção por sua Flip Camera, que consiste em um mecanismo motorizado que levanta o módulo da dupla câmera principal.Zigor Aldama

Não faz muitos anos, a Apple traçava o caminho que quase todos os telefones celulares seguiam. Os fabricantes chineses, sobretudo, copiavam suas formas e funções. Agora, no entanto, quando a maçã chega, os aparelhos do gigante asiático já estão lá. Marcas como Huawei, OPPO e Xiaomi foram pioneiras no lançamento de modelos 5G, uma faixa a que a multinacional californiana ainda não decidiu escalar, apesar de que a tecnologia está pronta e se tornará popular nos próximos dois anos, teoricamente durante a vida útil do celular.

O iPhone continua resistindo a inovações interessantes, como os sensores de impressão digital sob a tela, e mantém nesse painel a enorme “pestana” que caracteriza um design que pouco mudou desde o lançamento do iPhone X. Felizmente, para desfrutar de elementos já tão difundidos no mercado, como o carregamento rápido, os usuários das versões Pro e Pro Max —até o nome procede dos dispositivos Android— não precisarão mais comprar o carregador por conta própria, algo que somente os usuários do iPhone 11 terão que continuar fazendo. De qualquer forma, o sistema de 18W fica aquém quando comparado a muitos concorrentes.

A Apple volta a vender a fotografia como o prato principal do dispositivo e inclui três lentes com diferentes distâncias focais para oferecer uma ampla gama de possibilidades. Mas chega tarde. Muito tarde. O OPPO Reno e o Huawei P30 Pro oferecem uma combinação semelhante de lentes há meses e até vão além com suas câmeras periscópicas que atingem um zoom óptico de cinco ampliações. No EL PAÍS, testamos vários aparelhos chineses lançados recentemente que são boas alternativas ao iPhone 11, especialmente os com a denominação Pro. Todos têm um ponto em comum: são mais baratos que os da Apple.

1. Nubia Z20

A Apple oferece três câmeras, e o Nubia também. Além disso, a marca de Shenzhen não permite apenas que sejam usadas para tirar fotografias tradicionais. Também é possível fazer selfies com elas. Tudo graças à inclusão de uma segunda tela de 5,1 polegadas na parte traseira. É um elemento que propicia duas coisas: por um lado, podem fazer autorretratos com a mesma qualidade – tanto na resolução como na luminosidade das lentes – e possibilidades– grande angular para grupos, padrão para retratos individuais– que as demais imagens; e, por outro lado, que o celular pode prescindir da câmera frontal para evitar a inserção de um entalhe no painel principal de 6,42 polegadas, cujas arestas são muito finas. Como se não bastasse, sua câmera principal pode gravar vídeo em resolução de 8K a 15 qps —e 4K a 60 gps—, como o iPhone.

O Nubia Z20 tem uma segunda tela de 5,1 polegadas na parte traseira.
O Nubia Z20 tem uma segunda tela de 5,1 polegadas na parte traseira.Zigor Aldama

Não é a primeira vez que se usa a tela traseira. A Meizu rompeu a barreira com o estranho Pro 7 há alguns anos, e a Nubia a seguiu com seu modelo anterior, o X. Agora, aperfeiçoa o sistema e melhora a transição entre telas com vários métodos para alternar de uma para outra. Além disso, a segunda é totalmente operacional —pode ser usada como substituta da principal para economizar bateria— e também serve para sempre ter o relógio ativado e receber notificações, ou para personalizá-la com um protetor de tela em movimento ou um GIF criado pelo próprio usuário. Sem dúvida, é um telefone que chama a atenção.

Por último, o Nubia Z20 não se concentra apenas na câmera. Inclui o mais potente chip da Qualcomm, o Snapdragon 855 +, e é acompanhado de 8 GB de memória RAM e até 512 GB de armazenamento interno. Completa o pacote com som DTS, Bluetooth 5.0, um sensor de impressão digital de cada lado, e carregamento rápido de 27W. Entre as deficiências se destacam a falta de resistência à água e de carregamento sem fio. A marca ainda não anunciou seu preço oficial e, no Brasil, o smartphone ainda não chegou às lojas.

2. OPPO Reno 2

O OPPO, cuja pronúncia em inglês é muito semelhante à da Apple, sempre se caracterizou por arriscar no design. Não é de surpreender que em 2013 se tornou a primeira marca que introduziu uma câmera rotativa para permitir seu uso também em selfies, que na época se caracterizavam por sua enorme qualidade. A fotografia sempre foi um dos seus pontos fortes e, com o Reno 2, vai um passo além: se a empresa norte-americana oferece três câmeras principais, a de Shenzhen aposta em quatro. E nem sequer se destacam no elegante corpo de vidro.

À combinação de grande angular, lente padrão e zoom se acrescenta um quarto sensor monocromático que permite coletar mais informações para criar um “modo retrato” muito preciso. O aparelho também adota a peculiar câmera selfie de seu antecessor, o OPPO Reno, que tem a forma de uma barbatana de tubarão e usa um sistema motorizado para ser aumentado e reduzido em uma fração de segundo. Além disso, o Reno 2 está equipado com o sensor de impressão digital sob a tela mais rápido e eficaz do mercado, o que permite à marca tirar proveito de toda a parte frontal, na qual não há entalhes nem bordas. A tela de 6,4 polegadas é protegida pela última geração do Gorilla Glass.

O Oppo Reno 2 tem quatro objetivas, que não sobressaem do corpo do telefone
O Oppo Reno 2 tem quatro objetivas, que não sobressaem do corpo do telefoneZigor Aldama

Na segunda geração da série Reno a OPPO optou por um processador que está um nível abaixo do celular que o antecede e num sistema Snapdragon 730. É acompanhado de 8 GB de memória RAM e 256 GB de armazenamento interno. É uma boa decisão que mantenha a entrada de 3,5 mm para fones de ouvido, o microfone delicado com cancelamento de ruído e inclua tanto NFC como um elemento em risco de extinção, a rádio FM. Infelizmente, não é à prova d'água nem conta com carregamento sem fio. Ainda não está à venda na Europa, mas a versão anterior pode ser comprada em diferentes redes de lojas.

3. Asus Zenfone 6

A fabricante taiwanesa Asus, mais conhecida por seus computadores, há muito tempo tenta entrar no mercado saturado dos celulares. Até agora não teve muita sorte, mas seu modelo mais recente, o Zenfone 6, chama a atenção tanto por sua potência —também é equipado com o Snapdragon 855 e até 8 GB de RAM e 256 GB de memória interna expansível até 1 TB com um Cartão MicroSD— como por seu design arrojado, e pode preencher o vazio que o HTC deixou com seu declínio.

Depois de ter tentado conquistar o público da faixa média, a Asus entra em cena entre os carros-chefe com um smartphone que também apela ao interesse dos usuários pela fotografia selfie, com um sistema que lembra o do OPPO N1 e N3 : eles o chamam de Flip Camera e consiste em um mecanismo motorizado que levanta o módulo da câmera dupla principal —equipada com uma generosa grande angular e uma lente padrão emparelhada com um sensor Sony de 48 megapixels, quatro vezes a resolução do iPhone— para dar um giro e permitir que o usuário a use para se retratar. Funciona surpreendentemente bem: é rápida, dá ao celular uma aparência divertida com dois olhos robóticos que lembram o Wall-e e concede mais espaço a uma tela sem entalhes.

O acabamento em vidro Gorilla Glass 6 lhe confere um ar premium. O Zenfone 6 inclui alguns recursos interessantes: o botão físico de 'ação rápida' pode ser configurado para executar qualquer ação que o usuário determinar, como abrir a câmera ou fazer uma captura de tela, a bateria é especialmente generosa –5.000 mAh, com carregamento rápido QC4 e capacidade de carregar outros dispositivos como se fosse uma bateria externa– e ele não abandona o fone de ouvido —além disso, inclui um decente na caixa— nem o rádio FM. Entre os pontos fracos estão a falta de resistência à água e de carregamento sem fio, bem como a localização do sensor de impressão digital na parte traseira. O Zenfone 6 está agora disponível em portais como o Gearbest.

4. OnePlus 7 Pro

O OnePlus nasceu com o rótulo de 'iPhone killer' (assassino de iPhone, em inglês), e assim continua. No entanto, o irmão mais novo do conglomerado BBK —que também engloba a OPPO e a Vivo— foi aumentando seu preço até reduzir substancialmente a diferença que o separava dos dispositivos da Apple. Obviamente, também incrementou seus benefícios de modo proporcional: o OnePlus 7 Pro é resistente a respingos —embora a empresa não o tenha certificado–, possui uma tela curva como os dispositivos mais avançados da Samsung, estreia um painel com uma taxa de atualização de 90Hz, resolução QHD + e 6,67 polegadas, e entra no rol das câmeras selfie motorizadas para oferecer um celular 'todo tela” de verdade.

Incorpora também o tridente de objetivas que a Apple agora copia: uma grande angular para capturar um grande campo de visão, uma objetiva padrão com um sensor de 48 megapixels e um zoom óptico de 3x que pode ser ampliado até 10X digitalmente. As duas últimas lentes têm um estabilizador óptico que executa um ótimo trabalho porque, à medida que se aumenta o zoom, o mesmo ocorre com as vibrações de uma mão instável. A tudo isso ainda se acrescenta um magnífico modo de 'paisagem noturna' que combina diferentes tomadas para criar uma imagem bem definida e com muita luz, mesmo quando a iluminação é escassa.

Como se fosse pouco, o OnePlus incorpora até 12 GB de memória RAM, o triplo da quantidade de dispositivos da Apple, o chip Snapdragon 855, uma carga rápida de 30 W para sua bateria de 4.000 mAh, sistema de refrigeração líquida para evitar que se superaqueça durante os jogos e um som estéreo aceitável. Finalmente, seu sistema operacional é o mais próximo do Android puro, ideal para quem procura algo simples. Na Europa, o OnePlus 7 Pro pode ser adquirido no site oficial da marca.

5. Huawei P30 Pro

Huawei P30 Pró
Huawei P30 Pró

Tem sido um ano difícil para a Huawei, o segundo maior vendedor de celulares do mundo, por causa da guerra que lhe move Donald Trump. No entanto, embora ainda esteja no ar que possa voltar a usar tecnologia norte-americana, a marca garante que os celulares que já estão no mercado não deixarão de receber nenhuma atualização do Android e que aplicativos que não pode pré-instalar poderão ser adicionados facilmente de forma manual. Isso significa que o P30 Pro, seu carro-chefe, não deve ser afetado pela batalha que as duas grandes potências mundiais travam pela hegemonia global.

E o P30 Pro é um ótimo dispositivo. Se aparece no último lugar desta lista, é só pela relação preço-qualidade, a mais semelhante ao dos novos telefones da Apple. De fato, fica perto da barreira psicológica dos mil euros (cerca de 4.500 reais), embora a turbulência na empresa tenha feito com que muitos vendedores rebaixassem consideravelmente o seu preço. Pode ser encontrado na Espanha em diferentes estabelecimentos —tanto físicos como online—, por um valor que o torna muito competitivo.

E por fim, embora a OPPO tenha saído na frente na apresentação, a Huawei foi pioneira com este modelo na comercialização de câmeras periscópicas que usam um sistema de espelho para obter um zoom óptico de 5X que pode ser multiplicado por dez de forma digital. Suas lentes Leica estão entre as melhores e, sem dúvida, o P30 Pro levou a fotografia móvel um passo adiante. Além disso, possui uma carga rápida de 40W, que também é inalâmbrica e reversa, o que significa que o celular pode carregar outro dispositivo sem fio. Finalmente, seu chip Kirin 980 tem desempenho e velocidade semelhantes aos do Snapdragon 855 e do novo A13 Bionic da Apple.

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