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Para líderes de opinião latinos, Bolsonaro está ao lado de Venezuela e Cuba

Levantamento da consultoria Ipsos mostra que avaliação de presidente brasileiro na América Latina é positiva para apenas 29% dos influentes nos meios de comunicação do continente. Piñera, do Chile, é o que tem maior simpatia

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro.EVARISTO SA (AFP)

Na avaliação dos líderes influentes em meios de comunicação do continente, o presidente Jair Bolsonaro ocupa uma das últimas posições no ranking de aprovação entre os chefes de Estado da América Latina. O número é fruto de uma pesquisa da consultoria Ipsos, com base em entrevistas com formadores de opinião. O levantamento, realizado com influenciadores de 14 países, mostra que o desempenho do ultradireitista Bolsonaro como presidente foi aprovado por 29% dos entrevistados à frente apenas de seu antípodas ideológicos, o cubano Miguel Díaz-Canel (18% de aprovação), à frente do regime comunista da ilha, e do venezuelano Nicolás Maduro (3% de aprovação), em profunda crise e tendo Juan Guaidó como mandatário reconhecido por dezenas de países.

A Ipsos destaca que a pesquisa realizada com uma amostra de 403 entrevistados não é representativa do total das sociedades latino-americanas. Porém, refletem a relação destes líderes com jornalistas e outros formadores de opinião. Quando consideradas apenas as respostas dadas por brasileiros, a imagem de Bolsonaro, que já fez ataques diretos aos jornais e TVs no Brasil, piora. Sua aprovação cai para 21%, conforme os dados divulgados em agosto deste ano, contra 45% na pesquisa realizada em novembro de 2018, logo após as eleições presidenciais.

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O presidente latino-americano com melhor imagem entre os formadores de opinião da região é conservador liberal Sebastian Piñera, do Chile, que ocupa o primeiro lugar com 68% de aprovação. Em segundo lugar está o esquerdista moderado Tabaré Vásquez, presidente do Uruguai, com 65%.

A diferença mais notável entre a medição de novembro de 2018 e a mais recente é a queda na aprovação de Andrés Manuel López Obrador, presidente do México eleito no ano passado, cuja aprovação entre os formadores de opinião do país caiu de 64% para 20%. Considerando a opinião de todos os entrevistados na região, sua imagem também piorou: de 60% para 44% de aprovação. O esquerdista subiu ao poder com uma agenda anticorrupção e promessas de mudar o modelo neoliberal. Na prática, porém, suas medidas econômicas ainda estão longe de cumprir sua promessa de crescimento sustentável de 4% do PIB durante seu Governo. No segundo trimestre deste ano, o PIB mexicano avançou só 0,2%.

Em meio a corrida eleitoral, o argentino Mauricio Macri, teve uma melhora na imagem entre os formadores de opinião argentinos. Sua taxa de aprovação subiu de 43% (novembro de 2018) para  61% (agosto de 2019). Considerando todos os entrevistados da região, a melhora foi mais tímida, de 48% para 50%. Mas isto não se refletiu nas urnas. Nas primárias argentinas no último domingo o peronista Alberto Fernández, de oposição, obteve 47% dos votos. Nas eleições em 27 de outubro, apenas 45% dos votos são suficientes para que Fernández seja proclamado presidente.

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