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Todos os países do G20 com exceção dos EUA ratificam seu apoio ao Acordo de Paris sobre o clima de 2015

Primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirma que "não se dá um passo atrás" porque há 19 países de acordo, incluindo o Brasil, que ameaçava ficar de fora

Carlos E. Cué
Osaka (Japão) -
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o espanhol, Pedro Sánchez, em Osaka.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o espanhol, Pedro Sánchez, em Osaka.EFE

Os países do G20, menos os Estados Unidos, chegaram a um consenso sobre o clima no texto da declaração final da reunião anual realizada em Osaka, de acordo com o primeiro-ministro espanhol. Pedro Sánchez lamentou que os EUA não entrem nesse consenso, como já aconteceu no último G20 em Buenos Aires, mas disse que “não foram dados passos para trás” nessa questão porque há 19 países que têm um consenso muito claro e somente a Administração de Donald Trump insiste em não participar. Para as delegações europeias, entre elas a da Espanha, que uniram forças até o último minuto para forçar uma declaração nítida nesse assunto, mesmo com o risco de que os EUA ficassem de fora, como aconteceu afinal, é muito importante que Trump não tenha sido capaz de convencer outros líderes a seguir seu ceticismo sobre o Acordo de Paris.

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O temor era que especialmente o Brasil, agora liderado por Jair Bolsonaro, pudesse acompanhar Trump, mas isso não ocorreu e os EUA ficaram sozinhos em sua recusa. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, fizeram questão durante toda a cúpula de que esse assunto fosse colocado nitidamente no documento final. Sánchez lamentou que os EUA não acompanhassem o restante, mas disse que é importante mostrar o consenso de todos os demais em foros como o G20 entre outras coisas para enviar também uma mensagem à opinião pública dos EUA de que seu presidente está sozinho no mundo nessa resistência. Os acordos são muito mais fáceis de se conseguir em questões de mudança climática quando se limitam ao âmbito europeu, onde Trump não entra, disse Sánchez.

A tradicional declaração final das reuniões desse grupo, que agrega as 20 principais economias mundiais, foi afetada nos últimos anos pela negativa do presidente norte-americano a assinar um texto onde aparece uma declaração firme em favor da luta contra a mudança climática.

Na reunião de Osaka, da mesma forma que já aconteceu no ano passado na de Buenos Aires, ocorrerá uma “declaração 19 mais 1”, disse Merkel, ou seja, um apoio de todos os países do G20, menos os Estados Unidos, ao Acordo de Paris sobre o clima de 2015.

Nos últimos dias os diplomatas presentes em Osaka falaram da possibilidade de que vários países emergentes não assinassem o texto, seguindo a linha dos Estados Unidos. Mas por fim 19 países “reafirmaram seu apoio ao Acordo de Paris”, frisou a presidência.

Merkel, que disse que sobre o clima haveria uma “declaração semelhante” à da reunião do ano passado, também afirmou que “sobre o comércio temos o mesmo resultado de Buenos Aires”. É, particularmente, “um compromisso por um comércio internacional justo, transparente e sem discriminação” que também pede “mais uma vez a urgência de se reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC)”, indicou.

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