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Cinco adolescentes são detidos por ataque homofóbico a casal de mulheres em Londres

Jovens denunciaram à polícia e pelo Facebook a agressão sofrida dentro de um ônibus

Rafa de Miguel
Melania Geymonat (à direita) e sua namorada, Chris, depois da agressão que sofreram em um ônibus de Londres em 30 de maio.
Melania Geymonat (à direita) e sua namorada, Chris, depois da agressão que sofreram em um ônibus de Londres em 30 de maio.Facebook de Melania Geymonat

Cinco adolescentes foram detidos por um ataque homofóbico e machista contra um casal de mulheres no bairro de Camden, na zona norte de Londres. As vítimas, Melania Geymonat e sua namorada, Chris, estavam dentro de um ônibus quando sofreram a intimidação, na madrugada de quinta-feira, 30 de maio, num ataque em que também tiveram uma bolsa e um celular roubados.

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Quatro dos jovens, com idades entre 15 e 18 anos, foram detidos nesta sexta-feira. A Polícia Metropolitana de Londres anunciou no sábado a detenção de um quinto, de 16 anos. Todos eles permaneceram sob custódia em diversas delegacias de polícia da cidade, onde foram interrogados.

Melania, uma comissária de bordo uruguaia da Ryanair, de 28 anos, e Chris, de 29, tomaram o ônibus por volta de 2h30 da quinta-feira passada (hora local). Sentaram-se no andar superior do veículo, onde um grupo de homens começou a lhes dirigir comentários lascivos e homofóbicos, exigindo que elas se beijassem para agradá-los. Como se negaram, foram agredidas com vários socos e pontapés, até que os agressores fugiram do ônibus na parada seguinte. Antes de sair, levaram um celular e uma bolsa do casal.

O serviço de emergências atendeu as mulheres e as levou ao hospital mais próximo, onde receberam curativos nos vários ferimentos em seus rostos. Melania e Chris denunciaram os fatos à polícia londrina e através de sua página no Facebook.

“Estava furiosa e continuo furiosa. Passei muito medo, mas isto não é novidade. Não tenho medo de me mostrar publicamente como queer [lésbica]. Aliás, deveria fazer isso até com mais frequência”, disse Chris numa entrevista à BBC. A jovem diz que a maior frequência desses ataques tem relação com a expansão do populismo de extrema direita.

“No meu país, estes assuntos são levados muito a sério e existem leis muito rigorosas para nos proteger”, disse Melania. “Estou convencida de que o que aconteceu conosco não se deve unicamente a sermos duas mulheres que estão saindo juntas, e sim ao fato de sermos mulheres”, denunciou.

“Trata-se de um repugnante ataque a duas mulheres que foram selecionadas expressamente como alvo por um grupo de jovens. Os suspeitos fizeram uma série de comentários homofóbicos antes de começarem a atirar moedas contra elas. E quando as duas mulheres tentaram acalmá-los o assédio se transformou em uma agressão”, disse a detetive Andy Cox, responsável pela seção de Vias Públicas e Transportes da Scotland Yard.

A agressão provocou uma onda de condenação e rechaço em todo o país. “Ninguém deveria ocultar quem é ou a quem ama, e devemos trabalhar juntos para erradicar esta violência inaceitável contra a comunidade LGTB”, disse a primeira-ministra Theresa May. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, também foi contundente: “Não devemos aceitar, nem aceitaremos esta violência homofóbica e misógina em nossa comunidade. Solidariedade com Melania e com Chris, e com todo o coletivo LGTB+ por tudo o que se veem obrigados a suportar pelo simples feito de serem como são”, disse Corbyn.

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