_
_
_
_
_

África do Sul se despede da Copa feminina, mas vence a disputa pela igualdade

Seleção africana, que não somou nenhum ponto no Mundial, conseguiu que sua federação se comprometa a pagar às mulheres o mesmo valor de premiação dos homens

Seleção sul-africana fez contra a Alemanha sua última partida na Copa feminina.
Seleção sul-africana fez contra a Alemanha sua última partida na Copa feminina.GETTY IMAGES

Na Copa do Mundo da reivindicação, a África do Sul tomou a frente de forma categórica. Dias antes de estrear na competição contra a Espanha, a Associação de Futebol de África do Sul (SAFA) anunciou a decisão de equiparar as premiações das seleções masculina e feminina de futebol para seus próximos torneios internacionais: o Mundial Feminino da França e a Copa da África.

Mais informações
O Brasil abraça a seleção feminina
Alex Morgan, a goleadora americana que ergue a voz contra Trump e a desigualdade

“Isso significa um passo para o fim da brecha salarial entre os homens e as mulheres futebolistas em nosso país. É um dia feliz para o futebol sul-africano”, afirmou na ocasião Danny Jordaan, presidente da SAFA. “É uma conquista incrível. Lutamos por muito tempo para conseguir a igualdade no esporte”, acrescentou a capitã da seleção, a zagueira Janine Van Wyk. Se passasse da primeira fase, cada jogadora da África do Sul receberia cerca de 19.000 euros (82.000 reais) – 40.000 (174.000) se chegasse às semifinais e 56.000 (244.000) se conquistasse o título. Os mesmos valores serão pagos aos homens caso alcancem os objetivos na Copa Africana de Nações.

O desempenho na Copa feminina não foi dos melhores. A equipe conhecida como Banyama Banyama perdeu seus três jogos e se despediu do torneio com apenas um gol marcado. Porém, a vitória alcançada fora dos gramados tem simbolismo histórico num contexto de reivindicações do futebol feminino. No último 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a seleção dos Estados Unidos apresentou uma denúncia contra sua federação por discriminação salarial, alegando que recebem menos que os jogadores da equipe masculina e têm piores condições para jogar, treinar e viajar, apesar de gerarem mais receitas que os homens.

Com a conquista, a África do Sul segue o rastro de seleções como Dinamarca ou Noruega, as primeiras que igualaram os salários entre homens e mulheres. Uma medida que, no entanto, não foi suficiente para evitar que a grande estrela norueguesa, a vencedora da Bola de Ouro Ada Hegerberg, desistisse de jogar a Copa do Mundo como forma de protesto por entender que “as meninas não têm as mesmas oportunidades que os meninos no futebol”.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_