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Maduro diz a militares venezuelanos para estarem “prontos” para reagir a ataque dos EUA

O número de mortos nos protestos desde o dia 30 de abril subiu para cinco, segundo a ONU

Nicolás Maduro marcha ao lado de militares em El Pao neste sábado para demonstrar força do regime chavista, enquanto protestos contra seu Governo continuam em Caracas.
Nicolás Maduro marcha ao lado de militares em El Pao neste sábado para demonstrar força do regime chavista, enquanto protestos contra seu Governo continuam em Caracas. Miraflores Press HANDOUT (EFE)
El País
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Maduro adverte que não haverá impunidade enquanto Guaidó tenta manter a pressão na rua

A situação na  Venezuela continua tensa e já há a confirmação de ao menos cinco mortos e 239 feridos nos protestos de opositores e apoiadores de Nicolás Maduro, segundo a ONU. Desde a última terça-feira, venezuelanos vão às ruas nesta apoiar o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó e o próprio Maduro, que buscaram nos últimos dois dias medir suas forças por meio de manifestações. Maduro, por sua vez, reconheceu que o regime precisa "urgentemente" de retificações e conclamou os venezuelanos a projetar "um grande plano de mudança". Já Leopoldo López, que está abrigado com diplomatas espanhóis, desafiou Maduro e disse que espera "mais movimento do setor militar".

Assim contamos, em tempo real, a crise da Venezuela:

Guaidó destaca o papel "fundamental" do Exército na Venezuela

Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela, destacou o papel "fundamental" do Exército na "transição" para tirar do poder o presidente Nicolás Maduro, durante um dia marcado pelas marchas convocadas aos quartéis militares do país.  "Nossa visão é que as Forças Armadas tenham capacidade de primeira linha", disse Guaidó. "A situação política, social e econômica do nosso país é insustentável e exige mudanças estruturais urgentes. Para empreender essa tarefa histórica, o papel da instituição militar é fundamental", acrescentou ele em um comunicado neste sábado.

Maduro a militares: estejam "prontos" contra os EUA

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, conclamou as Forças Armadas a estarem "prontas" para defender o país em caso de um eventual ataque dos EUA. Acompanhado pela cúpula militar, Maduro disse que eles devem estar com "as armas em mãos se algum dia o império norte-americano ousar tocar esta terra". (AFP)

Guaidó anuncia o início de greves escalonadas. As greves convocadas pelo presidente da Assembleia Nacional foram apoiadas por alguns setores da comunidade universitária.
Informações sobre a chamada entre Putin e Trump. O presidente dos Estados Unidos informou a um grupo de jornalistas da Casa Branca que ambos os governos estão buscando ajuda humanitária à Venezuela. "Agora as pessoas estão morrendo de fome, não têm comida nem água", disse o presidente. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, se encontram na Finlândia na segunda-feira para discutir a crise venezuelana. (Reuters)
O Grupo Lima propõe ao Grupo Internacional de Contato uma reunião para "buscar a convergência no propósito comum de alcançar o retorno à democracia" na Venezuela. Depois de se reunir com urgência nesta sexta-feira, o grupo que reúne a maioria dos países da América do Sul reafirmou seu total apoio a Juan Guaidó e condenou "vigorosamente" a repressão aos protestos desta semana. Além disso, a agência exigiu a "restauração dos direitos políticos e constitucionais" do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano. Finalmente, ele pediu às Forças Armadas que parem de apoiar Maduro e que as Nações Unidas tomem medidas para aliviar as consequências da crise humanitária no país. (Foto: Efe)
"Eu sairia [às ruas] com a mesma convicção, temos que continuar lutando." Luis Alejandro, venezuelano de 26 anos, foi um dos manifestantes que foi atropelado pelos tanques da Guarda Nacional Bolivariana em 30 de abril na base aérea de La Carlota (Caracas). Apesar da brutalidade do incidente, o homem sofreu ferimentos leves, segundo a Reuters, que conseguiu fotografar o momento e falar com ele depois. O evento o deixou com sete pontos na cabeça e um tornozelo quebrado, mas não tirou sua força. Luis Alejandro ainda está pronto para sair e protestar: "Temos que manter a pressão, Guaido tem que ir em frente", disse. (Foto: Reuters)
Na imagem, Juan Guaidó participa nesta tarde de sexta-feira em uma reunião com trabalhadores da PDVSA, a companhia nacional de petróleo venezuelana. (Foto: Efe)
O Grupo Lima quer que Cuba participe das negociações para chegar a um acordo para sair da crise venezuelana. O anúncio foi feito pelo ministro do Exterior peruano, Néstor Popolizio, lendo um comunicado sobre os acordos alcançados durante a reunião do grupo realizada nesta sexta-feira. "Os países do Grupo Lima decidem tomar as medidas necessárias para que Cuba participe da busca de uma solução para a crise na Venezuela."

 

O ministro das Relações Exteriores de Cuba afirmou que os EUA mentem sobre a suposta presença de soldados cubanos em solo venezuelano. Bruno Rodríguez afirmou por meio de sua conta no Twitter: "Entre as mentiras mais infames das principais autoridades dos EUA estão as declarações sobre "tropas cubanas" na Venezuela. Chamam os mais de 20.000 trabalhadores humanitários cubanos neste país de 'bandidos' e acusam Cuba de 'invadir' e 'controlar' a Venezuela, são mentiras maliciosas que eu nego”

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, disse nesta sexta-feira que o Governo "limitará" as atividades políticas do líder oposicionista venezuelano Leopoldo López, que está abrigado na residência do embaixador da Espanha na Venezuela. "A Espanha não permitirá que sua embaixada se torne um centro de ativismo político", disse Borrell a repórteres no Líbano, onde está em visita oficial. (EFE)

 

UE pede respeito à imunidade diplomática da Embaixada da Espanha

A União Europeia permanece cautelosa com a decisão da Espanha de abrigar o líder da oposição Leopoldo López na residência de seu embaixador em Caracas, porque não comenta decisões nacionais, mas reforçou que o regime de Nicolás Maduro deve respeitar a imunidade diplomática da legação. "É uma decisão da Espanha, mas posso ressaltar a importância de se respeitar a imunidade diplomática em todos os casos", disse Federica Mogherini, a Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança em entrevista coletiva

Número de morte nos protestos chega a cinco 

Pelo menos cinco manifestantes morreram, três deles menores de idade, e 239 ficaram feridos durante os protestos na Venezuela desde o dia 30 de abril, de acordo com dados fornecidos nesta sexta-feira em Genebra por um porta-voz da ONU para os Direitos Humanos. Com essas mortes, aumenta para 49 o número de mortos de manifestantes na Venezuela em 2019 (EFE)

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O líder da oposição venezuelana Leopoldo López disse nesta quinta-feira em uma entrevista exclusiva à agência Efe que há "um claro interesse" no "ambiente mais íntimo" do presidente Nicolás Maduro de deixar o poder. Na imagem, Lopez abraça sua esposa, Lilian Tintori. (Foto: Miguel Gutiérrez para a EFE).

Juan Guaidó emitiu um comunicado para expressar seu "profundo pesar e condenação categórica"pela morte das quatro pessoas nos dias de manifestação desta semana, a quem descreveu como "jovens que tomaram as ruas de maneira pacífica". O presidente da Assembléia Nacional acusou Maduro de terminar "criminalmente" com suas vidas. "Sua luta é a luta de todos, suas mortes não serão em vão", conclui.

Leopoldo López desafia Maduro e anuncia “mais movimentos do setor militar”

O líder da oposição diz na Embaixada da Espanha em Caracas, escoltado pela Polícia Nacional, que sua libertação foi apenas um primeiro passo que terá consequências

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Após a autorização emitida pelo Supremo Tribunal da Venezuela para processar Edgar Zambrano, número dois da Assembleia Nacional (AN), Juan Guaidó reapareceu em sua conta no Twitter, após quase um dia sem fazer declarações. "Uma entidade que pretende processar quem representa a vontade de 14 milhões de venezuelanos. Toda a Venezuela sabe que o único crime do vice-presidente de nossa AN tem que enfrentar", publicou.

Maduro diz que esta quinta-feira foi "um bom dia" porque ele liderou "uma marcha de lealdade". O líder chavista participou na manhã de uma manifestação de poder cercada por mais de 4.000 soldados. "As Forças Armadas têm que demonstrar ao mundo o que são, não é um grupo de golpistas que sai para tomar uma estrada com armas, é uma força organizada." Embora a oposição assegure que as deserções militares continuarão, Maduro insiste: "Sempre leais, nunca traidores". E conclui dizendo que, diante de uma "invasão" militar externa, ele tem certeza de que o Exército venezuelano venceria.

No meio da crise econômica que a Venezuela sofre, Maduro celebra a assinatura de acordos para alocar dinheiro em diferentes áreas, como o Instituto da Juventude ou um programa para "embelezar" o país, mas reconhece que não é fácil investir em programas sociais. "Estas são as mudanças de que estou falando, para que as pessoas tenham uma situação de vida melhor, uma revolução bolivariana melhor", diz ele, referindo-se ao projeto de um programa de mudança sem retificações anunciadas na quarta-feira. "Revolução dentro da revolução".

"Um presidente de uma república não reflete, tudo o que ele diz são ordens", diz Nicolás Maduro em uma aparição em que mostrou uma fábrica de embalagens para caixas de alimentos do Comitê Local de Abastecimento e Produção (CLAP), um dos símbolos do seu governo. O líder chavista aproveita sua participação em um dia com jovens para atacar "o golpe de direita" e os "vendedores da pátria".

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