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Museu de História Natural de NY rejeita sediar homenagem a Bolsonaro

Instituição negociou cancelamento de evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA que agraciaria presidente. Museu disse não concordar com "os objetivos declarados" do Governo

Bolsonaro discursa na cerimônia de 100 dias de Governo.
Bolsonaro discursa na cerimônia de 100 dias de Governo.ADRIANO MACHADO (Reuters)
Diogo Magri
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O Museu Americano de História Natural de Nova York informou nesta segunda-feira que não abrigará o evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos no qual o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, receberá o prêmio de "Pessoa do Ano". O tradicional museu da cidade já havia demonstrado nos últimos dias preocupação com a realização do jantar de gala no local por conta dos "objetivos declarados da atual administração brasileira" e optou por  informar a recusa a sediar o evento por meio de sua conta oficial no Twitter.

"Com respeito mútuo pelo trabalho e pelos objetivos de nossas organizações individuais, concordamos em conjunto que o museu não é o local ideal para o jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-EUA. Este tradicional evento terá lugar em outro local na data e hora originais", informou o museu, em português. Antes, a instituição também utilizou a língua portuguesa para "agradecer às pessoas que expressaram sua opinião sobre o evento", "deixar claro que o museu não convidou o Presidente" e se declarar "profundamente preocupados" com a homenagem a Bolsonaro. Houve movimentos online, incluindo uma petição, pedindo que o museu se recusasse a abrigar o evento.

Em fevereiro, o presidente foi escolhido como "Pessoa do Ano" pela Câmara de Comércio, que premia há 49 anos líderes brasileiros e americanos reconhecidos por se esforçar para aproximar diplomaticamente Brasil e EUA. Na época, a câmara afirmou que o prêmio era um "reconhecimento de sua intenção fortemente declarada de fomentar laços comerciais e diplomáticos mais próximos entre Brasil e Estados Unidos, e seu firme comprometimento em construir uma parceria forte e duradoura entre as duas nações". Sergio Moro, então juiz responsável pela Operação Lava Jato, foi o homenageado em 2018. No ano anterior, João Doria, prefeito de São Paulo na época, foi o escolhido.

O Museu de Nova York, que é a maior instituição de história natural do mundo e completou 150 anos no último dia 6 de abril, abrigou o evento da Câmara quando este homenageou Doria e Moro. O perfil da organização no Twitter também informou que o jantar acontecerá em outro local, na mesma data: 14 de maio.

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