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Após gestão caótica no MEC, Bolsonaro confirma demissão de Ricardo Vélez

É a segunda perda no primeiro escalão. Substituto será economista Abraham Weintraub, que era o número 2 da Casa Civil

Ricardo Vélez, em evento na última sexta-feira em Campos do Jordão, onde negou que entregaria o cargo. Ele foi demitido nesta segunda.
Ricardo Vélez, em evento na última sexta-feira em Campos do Jordão, onde negou que entregaria o cargo. Ele foi demitido nesta segunda.AMANDA PEROBELLI (REUTERS)
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) confirmou nesta segunda-feira a demissão do ministro da Educação Ricardo Vélez. É a segunda exoneração no primeiro escalão do Governo em pouco mais de três meses de gestão. A outra foi de Gustavo Bebianno, em fevereiro. O substituto de Vélez será Abraham Weintraub, economista, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que fez parte da equipe de transição do Governo e atualmente era o número 2 da Casa Civil. O anúncio da substituição ocorreu por meio do Twitter.

Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Vélez era um dos membros da tríade ideológica do Governo. Mesmo sem nenhuma experiência em gestão, foi indicado para o cargo pelo ideólogo do Bolsonarismo, o escritor Olavo de Carvalho. Ele cai em um momento de crise extrema no Ministério da Educação, onde ocorreu uma série de demissões, ausência de chefia no instituto responsável pelo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), falta de planejamento e projetos, exposição negativa em audiência pública na Câmara dos Deputados.

Algumas das trapalhadas do agora ex-ministro: em fevereiro ele enviou circular para as escolas pedindo que os alunos fossem filmados cantando o hino e entoando o slogan de campanha de Bolsonaro. A medida é ilegal; em março, uma série de exonerações deixou o ministério acéfalo e mergulhado em disputas internas; em debate com deputados, Vélez não conseguiu apresentar suas propostas práticas para o ministério.

O desgaste ficou exposto na sexta-feira quando, em um encontro com jornalistas, o presidente afirmou que a condução da pasta não estava dando certo. “Ele é bacana e honesto, mas está faltando gestão, que é coisa importantíssima”, afirmou Bolsonaro em referência a Vélez. Na semana passada, o então ministro havia dito que não teve o golpe militar de 1964, uma espécie de revisionismo histórico incentivado pelo presidente. O MEC é um dos ministérios com maior orçamento da Esplanada, 122 bilhões de reais.

O novo ministro Abraham Weintraub tem 47 anos. Durante a campanha colaborou com Bolsonaro principalmente na área de previdência. Antes de se tornar professor da Unifesp, em 2014, atuou no Banco Votorantim e na Quest Corretora. Não disputou eleição ou foi dirigente de órgãos públicos até se tornar o secretário-executivo da Casa Civil, em janeiro deste ano. Seu irmão, Arthur Weintraub, também colaborou na campanha de Bolsonaro.

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