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Carlos Ghosn é solto sob fiança após mais de três meses na prisão

Executivo brasileiro, ex-presidente do grupo Nissan-Renault, é investigado por crimes fiscais em Tóquio e pode pegar até 15 anos de prisão

O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn ao sair de um centro de detenção em Tóquio, nesta quarta-feira
O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn ao sair de um centro de detenção em Tóquio, nesta quarta-feiraAP
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O ex-presidente do conglomerado automobilístico formado por Renault, Nissan e Mitsubishi, Carlos Ghosn, foi posto em liberdade nesta quarta-feira, depois de passar mais de três meses na prisão. O empresário, investigado por crimes de fraude fiscal, está sujeito a pena de até 15 anos de prisão. O julgamento está programado para o segundo semestre, embora a data específica ainda esteja pendente.

O executivo, de 64 anos, foi escoltado ao sair vestido com um macacão de trabalho, boné e máscara. Depois de rejeitar dois pedidos anteriores de liberdade sob fiança, o Tribunal Distrital de Tóquio aceitou nesta terça-feira conceder liberdade provisória ao brasileiro em troca de uma fiança equivalente a 33,3 milhões de reais e que aceite fortes medidas de segurança, para evitar que deixe o país ou destrua provas.

Desta forma, o empresário foi privado do seu passaporte e será submetido a uma rigorosa vigilância. Ghosn se comprometeu a usar um dispositivo eletrônico para controlar sua localização e que seja instalada uma câmera de videovigilância na entrada da sua residência. Também terá comunicação limitada, pois está proibido de falar com outras partes envolvidas no caso ou receber e enviar mensagens de texto. O empresário só terá acesso a um computador no escritório de seus advogados.

Carlos Ghosn, em outubro de 2018
Carlos Ghosn, em outubro de 2018Regis Duvignau (REUTERS)

Ghosn é acusado de três delitos pela Procuradoria do Japão, dois deles com base em supostamente ter ocultado parte de sua renda milionária durante oito anos (cerca de 74 milhões de euros no total, 315 milhões de reais) e outro por usar a Nissan para encobrir perdas financeiras de âmbito pessoal ocorridas durante a crise financeira de 2008, no valor de 14,5 milhões de euros (62 milhões de reais).

O empresário sempre se declarou inocente e garante que sua detenção responde a uma "conspiração" dos diretores da Nissan para removê-lo da presidência da montadora. "Fui acusado injustamente e fui preso injustamente por causa de alegações que não têm nenhum fundamento”, afirmou o brasileiro em sua primeira audiência no tribunal em janeiro. “Sempre agi com integridade e nunca me acusaram de nenhum delito durante a minha carreira de várias décadas", acrescentou na época.

Sob custódia desde 19 de novembro, Ghosn foi demitido tanto na Nissan como na Mitsubishi dias depois da prisão e renunciou ao cargo na Renault no final de janeiro. A queda em desgraça de um dos executivos mais poderosos do setor abalou as bases do consórcio franco-japonês, o maior do mundo no setor, com uma produção anual de 10 milhões de veículos.

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