_
_
_
_
_

Trump cede e anuncia acordo para reabrir o Governo durante três semanas

Fechamento da Administração completa 35 dias, o mais longo da história. O pacto estabelece um período de conversas sobre o muro desejado pelo presidente

Yolanda Monge
O presidente Donald Trump na Casa Branca.
O presidente Donald Trump na Casa Branca.AP
Mais informações
Trump usa ‘dreamers’ como moeda de troca para o muro
Suprema Corte permite que Trump vete transexuais no Exército

Na quinta semana de fechamento de Governo, com 800.000 funcionários federais sem receber salários, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um pronunciamento na sexta-feira para declarar que chegou a um acordo para reabrir a Administração por três semanas. “Chegamos a um acordo para acabar com o fechamento e reabrir o Governo federal”, disse Trump no Rose Garden da Casa Branca. “Daqui a pouco assinarei um projeto de lei para abrir nosso Governo por três semanas, até 15 de fevereiro”.

O mandatário destacou que o acordo impediu que precisasse colocar em andamento “uma poderosa arma”, em referência à declaração de emergência nacional com a qual flertava há dias. O pacto não inclui um orçamento para financiar o polêmico muro que Trump quer construir na fronteira com o México e que foi o responsável pelo mais longo fechamento do Governo na história dos Estados Unidos.

A pressão cresceu ao redor do presidente. Até chegar ao seu ponto de ebulição na sexta-feira. Atrasos nas saídas de voos em aeroportos importantes mostraram a face mais incômoda do fechamento do Governo. O Senado entrou em recesso no final de semana e muitos desses senadores ficaram presos sem poder voltar aos seus Estados. O senador de Virgínia, o democrata Tim Kaine, afirmou na sexta que os atrasos nos aeroportos “aumentavam muito a pressão” à reabertura do Governo, ao mesmo tempo em que declarou que o que estava acontecendo iria ser “extremamente prejudicial à economia americana”.

Um porta-voz da Administração Federal de Aviação afirmou na manhã de sexta-feira que os atrasos estavam sendo causados por um “leve aumento das baixas por doença”, que se traduz em funcionários federais que haviam decido pedir licença diante da possibilidade de continuar trabalhando sem ver uma saída ao conflito gerado em Washington.

O presidente precisava o quanto antes encontrar uma saída de uma crise que, além de afetar a economia do país, estava afundando seu índice de popularidade, já que a população o culpava pelo fechamento. Será preciso ver como será afetado um presidente que parecia invulnerável aos escândalos, mas sem dúvida há uma vencedora clara nessa situação: a presidenta da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que afirmou que não ocorrerão mais negociações até a abertura do Governo ser decretada.

Haverá discurso do estado da União?

Talvez sabendo que ele gosta das câmeras e da atenção da mídia, Nancy Pelosi desferiu um golpe no presidente quando, como nova presidenta da Câmara dos Deputados, convidou-o, em primeiro lugar, a proferir o discurso do Estado da União na próxima terça-feira. dia 29 para, segundo, comunicar-lhe que o impediu de fazê-lo alegando razões de segurança.

Haverá tempo ou não, em termos de questões de segurança, para realizar o discurso na próxima terça-feira? A resposta está no ar. O lógico seria passá-lo até a próxima terça-feira, 5 de fevereiro. O que está claro, e a administração Trump deve estar se acostumando com isso, é que será o que Nancy Pelosi disser.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_