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Bolsonaro: “A boa reforma é a que passa na Câmara e no Senado”

O presidente deu sua primeira entrevista após assumir o cargo, para o SBT. Veja as primeiras medidas anunciadas pelo novo Governo

O presidente Jair Bolsonaro em sua primeira reunião ministerial, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro em sua primeira reunião ministerial, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto. Marcos Corrêa (EFE)
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EDITORIAL | Divisão no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro, em sua primeira entrevista após a posse, defendeu que a "melhor reforma da Previdência" será aquela que for aprovada pela Câmara e pelo Senado, e não a que está em sua cabeça ou na cabeça de sua equipe econômica, comandada por Paulo Guedes. Na entrevista ao SBT, veiculada na noite desta quinta-feira, o presidente também garantiu que não pretende ressuscitar a CPMF e provocou os governadores do Nordeste, que não foram a sua posse, dizendo que, se quiserem dinheiro, que fossem pedir ao presidente deles, em Curitiba, numa referência ao ex-presidente Lula.

As medidas anunciadas logo nos primeiros dias de Governo causaram grande repercussão: o salário mínimo foi fixado em 998 reais; a tarefa de demarcar terras indígenas foi tirada da Funai e atribuída ao Ministério da Agricultura; a turma do Chicago Oldies assumiu o superministério da Economia; e a Casa Civil desonerou mais de 300 servidores que atuavam em cargos de confiança, dando início ao que o ministro Onyx Lorenzoni chamou de "despetização" da presidência.

Veja como contamos, em tempo real, os primeiros dias do Governo:

Encerramos aqui a cobertura, minuto a minuto, da primeira semana de Governo. Mas continuamos acompanhando as últimas notícias, com reportagens, análises e entrevistas sobre a gestão do presidente Jair Bolsonaro.

Questionado sobre o ex-assessor Fabrício Queiroz, que trabalhava no gabinente de Flávio Bolsonaro e é investigado por movimentações suspeitas em contas bancárias, Bolsonaro diz que confia nele, mas que Queiroz (que, segundo ele, "fazia rolos") deve responder por seu atos. Bolsonaro confirmou que fará a cirurgia para retirar a bolsa de colostomia no dia 28 deste mês.

"Pode um país sem tecnologia sonhar em sair dessa escravidão, desse regime que deu sustentação a Lula e Dilma?", questionou Bolsonaro, falando sobre o Bolsa Família, durante a entrevista ao SBT. "Seria um ato de desumanidade tirar o Bolsa Família dessas pessoas", disse, contudo.

"Não posso fazer uma guerra com os governadores do Nordeste", disse Bolsonaro, ao ser questionado sobre a ausência desses governadores em sua posse. Ele disse, contudo, que o presidente desses governadores está em Curitiba, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e sugeriu que quando eles precisarem de dinheiro, que vão pedir a Lula.

Ao falar sobre as negociações para as presidênciaa da Câmara e do Senado, Bolsonaro diz que a oposição não vai querer diálogo com ele. "PT, PCdoB e PSOL são radicais", disse na entrevista ao SBT.

Questionado sobre sua declaração sobre o fim do socialismo no discurso de posse, Bolsonaro disse que "nunca teve socialismo [no Brasil] graças às Forças Armadas", fazendo referência ao regime militar.

Questionado sobre a possibilidade de uma nova reforma trabalhista na entrevista ao SBT, Jair Bolsonaro disse que seu ministro da Economia, Paulo Guedes, sabe que "os direitos trabalhistas são previstos no artigo sete da Constituição", mas que ajustes como os feitos durante o Governo de Michel Temer podem ser considerados. Bolsonaro disse ainda que, "havendo clima", pode se estudar acabar com a Justiça do Trabalho.

"Não teremos a volta da CPMF, mas fusão de impostos", diz Bolsonaro, na entrevista ao SBT, falando que a criação de um imposto único é algo para se fazer a longo prazo.

"A boa reforma é aquela que passa na Câmara e no Senado, não a que está na minha cabeça", diz o presidente Jair Bolsonaro em entrevista ao SBT, ao falar sobre a reforma da Previdência.

EDITORIAL | Divisão no Brasil

Primeiro discurso de Bolsonaro confirma seu caráter desagregador

 

Embora sua equipe apresente as declarações –via Twitter– de mútua simpatia com Donald Trump como um bom sinal diplomático, na verdade elas não significam nada. O presidente dos EUA emitiu amplos sinais de sua capacidade para mudar repentinamente de opinião sobre amizades e inimizades no que tange às relações internacionais. E Bolsonaro não tem por que ser uma exceção. Faria bem o novo presidente do Brasil, portanto, em tratar de gerar as mesmas simpatias entre a parcela dos seus concidadãos a quem não chega a convencer.

http://cort.as/-DaMF

 

Por que evitar clichês de gênero na educação das crianças desde cedo

Na esteira da declaração da ministra Damares Alves, aqui uma reportagem sobre uma pesquisa global sobre educação e clichês de gênero.

“Não importa se o seu filho está em Baltimore, Pequim ou Nairóbi”, explicam os autores da pesquisa que foi iniciada há seis anos, “o início da adolescência desencadeia um conjunto comum de expectativas de gênero rigorosamente impostas que estão ligadas a um maior risco ao longo da vida do indivíduo, de sofrer com HIV ou depressão, até recorrer à violência ou ao suicídio”.

Leia a reportagem: ow.ly/Tznf30nb00S

"Menino veste azul e menina veste rosa"

Em vídeo que circula nas redes sociais, a ministra Damares Alves é aplaudida após falar que começa uma "nova era" no Brasil, em que "menino veste azul e menina veste rosa". A declaração é desta quarta-feira, quando a pastora evangélica assumiu o Ministério de Mulher, Família e Direitos Humanos.

A fala viralizou e se tornou alvo de críticas nas redes:

 

Lorenzoni fala em 'despetizar' o Brasil e promete desligar cargos de confiança ocupados por quem não for alinhado à ideologia da nova administração

 

A suposta presença de servidores petistas nos quadros da administração pública é o novo inimigo do governo Jair Bolsonaro. Depois da primeira reunião ministerial após a posse, nesta manhã, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, voltou a afirmar que é preciso “despetizar” o Brasil e disse que o preenchimento de cargos de confiança deverá respeitar o alinhamento ideológico com o novo Governo.

 

“Não há nenhum sentido de termos um governo com o perfil que nós temos com pessoas que defendem uma outra lógica, um outro sistema político, uma outra organização da sociedade”, declarou o ministro.

A ação — Lorenzoni negou que se trate de uma caça às bruxas — começou nesta quinta-feira, quando foram exoneradas 320 pessoas que ocupavam cargos de confiança na Casa Civil. Segundo explicou o ministro, todos os funcionários comissionados da pasta foram desligados, mas podem ser recontratados depois que for analisado o perfil da cada um.

“Nós precisamos e temos a coragem de fazer o que talvez tenha faltado ao Governo que terminou, de logo no início ir limpando a casa. Porque é o único jeito de agente poder tocar com as nossas ideias e com os nossos conceitos, e fazer aquilo que a sociedade brasileira decidiu por maioria”, disse Lorenzoni. “A sociedade brasileira decidiu dar um basta nas ideias socialistas e comunistas, que por 30 anos nos levaram a esse caos que nós vivemos hoje: de desemprego, desestruturação do Estado, segurança das famílias; de má prestação da saúde, e da escola, que em vez de educar, doutrina”, concluiu.

Por último, o chefe da Casa Civil afirmou que os demais ministros foram autorizados por Bolsonaro a proceder de forma semelhante com os servidores comissionados de cada pasta.

(Foto: Adriano Machado/ Reuters)

Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão se reúne pela primeira vez com a equipe ministerial no Palácio do Planalto.

Foto: Marcos Correa/Presidência

Bolsonaro realiza sua primeira reunião ministerial depois da posse

O presidente Jair Bolsonaro realiza nesta quinta-feira a primeira reunião ministerial desde que tomou posse.

O encontro ocorre no Palácio do Planalto e até o momento nenhum integrante do Governo deu declarações sobre o que está sendo discutido.

 

Demissões na Casa Civil

Cumprindo o que havia anunciado ontem no Twitter, o ministro Onyx Lorenzoni oficializou as demissões de servidores da Casa Civil que atuavam em cargos de confiança. A portaria com as exonerações foi publicada hoje no Diário Oficial da União. Cerca de 300 servidores da pasta comissionados deixam seus cargos, segundo antecipou.

Antes das reuniões, Bolsonaro falou sobre suas expectativas de investimentos no Brasil, em mensagem publicada no Twitter. Os editais de concessões dos 12 aeroportos citados por Bolsonaro foram aprovados pela Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) em novembro, ainda na gestão de Michel Temer.

Reunião ministerial

Jair Bolsonaro dedica a parte pública de seu terceiro dia de Governo com reuniões no Palácio do Planalto. No início da manhã, o presidente se reuniu pela primeira vez com a equipe ministerial do Governo. Às 14h, ele se reúne com o ministro da Secretaria de Governo da Presidência, general Santos Cruz, e com Roberto Azevêdo, diretor geral da Organização Mundial do Comércio. E, na sequência, visita a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

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