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Lula, Dilma e toda a cúpula do PT, réus por corrupção

Novo processo acusa o Partido dos Trabalhadores de orquestrar os esquemas desvendados pela Lava Jato

Tom C. Avendaño
Lula escuta sua sucessora Dilma Rousseff, em maio de 2016.
Lula escuta sua sucessora Dilma Rousseff, em maio de 2016.UESLEI MARCELINO
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O Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta uma das mais ambiciosas denúncias que viu nestes últimos e turbulentos anos. Um juiz ide Brasília aceitou denúncia contra seus líderes políticos, incluindo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, acusados de serem o centro de todas a corrupção na Petrobras. Portanto, o PT fica na denúncia como o principal autor do maior esquema de desvio e lavagem de recursos públicos na história recente do Brasil, desvendado pela Operação Lava Jato. E, com uma acusação tão ampla como base, a denúncia estima que os acusados receberam um total de 1,5 bilhão de reais em subornos.

O caso Petrobras é investigado há quatro anos e levou a prisões, em todos os partidos, políticos veteranos do Brasil, nenhuma tão ruidosa quanto a de Lula em abril. Sobre o ex-presidente também pesam cinco outros processos que ainda aguardam julgamento, alguns do mesmo caso. Esta denúncia seria o sexto processo, mas incomum, pois Lula não é o protagonista absoluto. Inclui também sua sucessora como presidente, Dilma Rousseff, e a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, bem como dois grandes barões do partido: Antonio Palocci, que era ministro da Fazenda no Governo Lula (e, como o ex-presidente, está preso por outra sentença), e outro ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Também são arrolados Paulo Bernardes e Edinho Silva, o primeiro, ex-ministro da Comunicação de Governos do PT, e o segundo ex-secretário da Comunicação Social de Dilma, e João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido.

A denúncia foi apresentada em setembro de 2017 pela Procuradoria Geral e permaneceu parada até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidisse, no início do mês, que deveria ficar com o juiz Vallisney de Souza. Na primeira instância, e não no Supremo, aumentam as chances de esse processo andar mais rápido. O PT agora é um alvo muito diferente do que era então. A derrota nas eleições presidenciais do mês passado, o pior resultado em mais de 15 anos, levou à perda de grande parte dos feudos que o tornaram um dos partidos mais influentes em toda a América Latina. E ainda está para ser visto o verdadeiro alcance destes tempos ruins. O ultradireitista Jair Bolsonaro, que assumirá a Presidência em 1 de janeiro, estendeu seu ódio nada oculto pelo PT ao Governo que está montando, tanto em assuntos econômicos como na Justiça. Seu superczar da Justiça e da poderosa Polícia Federal será Sérgio Moro, o juiz que ajudou a enviar Lula para a prisão.

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