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Ibope: Ciro sobe e empata com Marina em segundo lugar na pesquisa sem Lula

Após adiar divulgação, instituto divulga levantamento que já não inclui Lula, vetado como candidato pelo TSE

Ciro faz campanha em São Paulo.
Ciro faz campanha em São Paulo. Andre Penner (AP)
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Ciro Gomes (PDT) cresceu três pontos e empatou com Marina Silva (REDE) em segundo lugar, ambos com 12%, na corrida à Presidência, quando se considera o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, vetado pela Justiça Eleitoral, fora da disputa. Jair Bolsonaro, candidato de extrema direita do PSL, segue na liderança, com 22%. Esses são dados da pesquisa Ibope divulgada no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quarta-feira, realizada já sem considerar a candidatura do petista. Lula foi impugnado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com base na Lei da Ficha Limpa, na madrugada de sábado. O levantamento, que ouviu 2002 pessoas entre os dias 1º e 3 de setembro, é o primeiro realizado desde que começou a ser veiculada a propaganda eleitoral gratuita, em 31 de agosto e após série de entrevistas dos candidatos na TV aberta.

O Ibope previa divulgar os resultados da pesquisa, feita em parceria com a Globo e o jornal O Estado de S. Paulo na terça, mas resolveu adiar porque havia uma divergência entre o que o instituto havia registrado no TSE no questionário, no dia 29 —com Lula—, e as perguntas que de fato fez aos eleitores, já sem o petista. O instituto perguntou ao TSE sobre o tema, mas o ministro do tribunal, Luiz Felipe Salomão, respondeu que a corte estava impedida de avaliar a questão, por causa dos recursos de Lula que ainda ocorrem. O Ibope decidiu, então, segundo explicou em nota, liberar os números. Petistas criticaram a decisão acusando o instituto de querer ofuscar a preferência dos eleitores pelo ex-presidente.

Bolsonaro só ganha de Haddad no segundo turno

A pesquisa do Ibope tem margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Ou seja, para que se considere estatisticamente que um candidato cresceu ou caiu a oscilação tem de ser maior do que dois pontos. Considerado esse critério, Ciro Gomes foi o único candidato a crescer na comparação com a pesquisa anterior do Ibope, feita entre 17 e 19 de agosto. O pedetista, que marcava 9% no cenário sem Lula em agosto, avançou para 12% e colou em Marina, que exibiu os mesmos 12% entre uma pesquisa e outra.

Jair Bolsonaro mostrou resiliência ao oscilar para cima (de 20% para 22%), no limite da margem de erro, após uma rodada de exposição na TV, com sabatinas e entrevistas, e com o início da campanha negativa de adversários contra ele. Também oscilaram para cima, no limite da margem de erro, o tucano Geraldo Alckmin ( 7% para 9%), dono do maior tempo na TV, o petista Fernando Haddad (4% para 6%), provável herdeiro de Lula, e o João Amoêdo (1% para 3%), do liberal Novo, que tem feito uma intensa campanha nas redes. A grande incógnita segue sendo o poder de transferência de votos de Lula para Haddad. A expectativa é que o ex-prefeito de São Paulo assuma de vez a candidatura a partir da semana que vem, mirando a possibilidade de crescimento no Nordeste, onde há mais eleitores órfãos do ex-presidente. 

Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro, que tem a maior rejeição entre os candidatos (44%) é derrotado em todos os cenários testados, com exceção no qual ele disputa com Haddad, no qual há empate técnico (37% para Bolsonaro X 36% para Haddad). "Não dá para usar as simulações de primeiro turno no segundo turno porque começa tudo de novo", ponderou Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligencia, no canal GloboNews.

A próxima pesquisa nacional, do Datafolha, deve ser divulgada na segunda-feira, 10. O instituto, ligado à Folha de S. Paulo, decidiu cancelar a pesquisa que faria nesta semana porque, originalmente, seu questionário ainda incluía Lula.

OS PRINCIPAIS NÚMEROS DA PESQUISA

Cenário sem Lula (entre parênteses o índice de cada candidato na pesquisa anterior, aplicada entre os dias 17 e 19/08)

Rejeição dos candidatos

Jair Bolsonaro (PSL): 22% (20%)

Marina Silva (Rede): 12% (12%)

Ciro Gomes (PDT): 12% (9%)

Geraldo Alckmin (PSDB): 9% (7%)

Fernando Haddad (PT): 6% (4%)

Alvaro Dias (Podemos): 3% (3%)

João Amoêdo (Novo): 3% (1%)

Guilherme Boulos (PSOL): 1% (1%)

Henrique Meirelles (MDB): 2% (1%)

João Goulart Filho (PPL): 1% (1%)

Branco/nulos: 21%

Não sabe/não respondeu: 7%

Jair Bolsonaro (PSL): 44%

Marina Silva (Rede): 26%

Ciro Gomes (PDT): 20%

Geraldo Alckmin (PSDB): 22%

Fernando Haddad (PT): 23%

Alvaro Dias (Podemos): 13%

Eymael (DC): 14%

Guilherme Boulos (PSOL): 13%

Henrique Meirelles (MDB): 14%

João Amoêdo (Novo): 12%

Cabo Daciolo (Patriota): 14%

Vera (PSTU): 13%

João Goulart Filho (PPL): 11%

Poderia votar em todos: 1%

Não sabe/não respondeu: 10%

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