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Messi dá um tempo da seleção argentina

Camisa 10 do Barcelona, à espera de como se renovará a Alviceleste, não participará dos amistosos de setembro

Juan I. Irigoyen
Messi, em seu último jogo pela Argentina, contra a França, na Copa da Rússia.
Messi, em seu último jogo pela Argentina, contra a França, na Copa da Rússia.DYLAN MARTINEZ (REUTERS)
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Aos seus 31 anos, Lionel Messi fará uma pausa da seleção argentina. Seu caso não igual ao de seu colega Gerard Piqué, que já havia avisado que a Copa da Rússia seria seu último compromisso com a Roja, ou de David Silva (32), que na terça-feira passada anunciou seu adeus à seleção espanhola. Depois de mais uma decepção com a Alviceleste na Copa, o camisa 10 do Barcelona precisa se manter isolado do tormentoso futebol argentino, e por isso confirmou à Federação que não participará dos dois amistosos de setembro, contra a Guatemala e a Colômbia. E depois? O futuro de Messi está no ar. Dependerá, em grande parte, da evolução do novo projeto no prédio de Ezeiza.

A saída de Jorge Sampaoli da seleção foi conflitiva. O técnico queria sua revanche (tinha contrato até 2022), enquanto a Associação do Futebol Argentino (AFA) começou a desgastar ao treinador, primeiro ao demitir parte de seu grupo de trabalho, para depois minar seu poder. Não era a primeira vez que Claudio Chiqui Tapia, presidente da AFA, tinha uma atitude dessas. Edgardo Bauza, antecessor de Sampaoli, também foi fritado antes da demissão. Em todo caso, Sampaoli não tinha perdido apenas a confiança dos diretores. O núcleo duro do vestiário já tinha desistido dele no meio da Copa. “Queremos ter opinião em tudo”, pediram-lhe Mascherano e Messi depois do empate de 1 x 1 contra a Islândia e da derrota de 3 x 0 para a Croácia na fase de grupos. “Você me perguntou dez vezes que jogadores queria que escalasse e a quais não, e nunca dei um nome. Diga-me na frente de todos se alguma vez dei o nome de alguém”, questionou-lhe o 10.

A Argentina afinal caiu nas oitavas para a campeã França, e aí começou a sucessão de despedidas. Mascherano e Biglia, dois históricos, anunciaram seu adeus, e a AFA indenizou Sampaoli com 1,8 milhão de dólares. Messi não fala em público desde a agônica vitória contra Nigéria (2 x 1). O capitão não queria dar declarações na Rússia com a boca cheia de raiva (já tinha renunciado à seleção após cair na final da Copa América em 2016), e agora tampouco deseja tomar uma decisão apressada. Então, o 10 opta por olhar à distância como a Argentina se reconstrói. A Alviceleste é dirigida interinamente por Pablo Aimar (treinador da sub-17) e Lionel Scaloni (ex-auxiliar de Sampaoli), enquanto Chiqui Tapia procura um novo treinador. Há os que se oferecem, como Almeyda e Ramón Díaz, e também os que não querem saber de cruzar o oceano, como Simeone e Pochettino.

A AFA continua sem rumo, mais pendente do ruído midiático que de reconstruir a seleção. Na semana passada lançou-se uma bomba de fumaça. “Cogitamos contratar Guardiola, mas é muito difícil do ponto de vista econômico. Estávamos de acordo em fazer um grande esforço, mas teríamos que hipotecar tudo. É impossível”, disse Tapia. O técnico do Manchester City teve que intervir: “Ninguém se comunicou comigo nem com meu entorno. Estou magoado com Tapia por ter falado do meu salário”.

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