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Luis Enrique, novo treinador da seleção espanhola

Ex-técnico do Barcelona, de 48 anos, assume as rédeas da ‘Roja’ depois da demissão de Lopetegui e a interinidade de Hierro na Rússia

Luis Enrique, novo técnico da Espanha.
Luis Enrique, novo técnico da Espanha.
D.T.

Luis Enrique dirigirá a seleção espanhola até a Eurocopa de 2020. O técnico asturiano, de 48 anos, foi nomeado treinador nacional pela junta diretiva da federação ao meio-dia desta segunda-feira, oito dias depois da eliminação da Espanha da Copa da Rússia nas oitavas de final, em jogo contra a anfitriã, depois de uma das piores participações da Roja de que se tem lembrança.

Luis Rubiales, o presidente da federação, e José Francisco Molina, o diretor de esportes nomeado horas antes, deram três motivos para justificar a escolha. Primeiro, é um treinador moderno que vai saber como desenvolver o estilo de jogo que levou a Espanha ao sucesso de 2008-2012. Em segundo lugar, é um homem que não assina o contrato pensando em ganhar dinheiro, na federação ou fora dela, mas porque tem a ambição sentimental de treinar a Espanha. Terceiro, porque acredita que Luis Enrique possui caráter suficiente para pacificar uma equipe despedaçada, entre outras coisas, pelos conflitos causados pela contratação de Lopetegui pelo Real Madrid e sua demissão logo em seguida, faltando três dias para o começo da Copa do Mundo.

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"Há dois ambientes, o interno e o externo", disse Rubiales ao ser questionado sobre a pesada carga sobre Luis Enrique por causa do descontentamento em certos setores madridistas por seu passado como jogador e técnico do Barcelona. "Sabemos", continuou o dirigente, "que Luis Enrique é uma pessoa de caráter que teve alguns problemas com a imprensa. Mas o ambiente interno que esperamos será melhor [do que foi com Lopetegui e Hierro]. Vamos tentar nos dar bem com todos, entendendo que ele será o treinador e tentará fazer a seleção vencer, pois essa é sua obrigação".

Luis Enrique substitui Lopetegui, treinador desde julho de 2016, e Hierro, que ocupou o cargo interinamente durante a Copa do Mundo. Ao contrário de seus antecessores, tem um histórico importante no cargo, endossado por títulos. Estava sem uma equipe desde o término de seu contrato com o Barcelona, onde conquistou uma Champions, duas Ligas e três Copas do Rei entre 2015 e 2017. Antes tinha dirigido o Barcelona B, a Roma e o Celta. Como jogador, ele se formou na base do Mareo. Atacante corajoso, de longo percurso, atuou como ponta, atacante e segundo ponta graças a condições atléticas notáveis. Jogou duas temporadas no Sporting, cinco no Real Madrid e oito no Barcelona, onde viveu seus melhores anos no esporte e se tornou uma referência para os fãs. Com a equipe espanhola, participou de três Copas do Mundo, de 1994 a 2002.

“Quando Hierro informou-me sobre sua saída na semana passada", lembrou Rubiales, "foi relativamente fácil chegar a um acordo com Luis Enrique porque ele queria ser o treinador espanhol. Eu tive ofertas tremendamente importantes. Economicamente, era impossível chegarmos a seus números e ele se empenhou muito, do contrário teria sido impossível. Ele queria comandar esses próximos dois anos. Esperamos que o faça com o maior sucesso."

Fontes na federação dizem que Luis Enrique recebeu ofertas da Inglaterra e da China que ultrapassavam em muitos milhões de euros as possibilidades na federação. Lopetegui, que recebia dois milhões de euros por ano (9,1 milhões de reais), tinha o contrato mais elevado de um técnico espanhol. Sua cláusula de rescisão também era de dois milhões de euros. Quanto a isso, Rubiales fez uma declaração: "Luis Enrique não terá uma cláusula de rescisão porque entendemos que, se um treinador quer sair, ele deve falar com a gente em primeiro lugar. Ao estabelecer uma cláusula, o diálogo pode ser evitado ".

Rubiales insistiu que a federação não ofereceu o posto a ninguém além de Luis Enrique. Ele também enfatizou seu desejo de contratar um técnico que coloque seu desejo de treinar a seleção ao seu interesse em ganhar dinheiro. "Não quero entrar em questões técnicas", disse ele, "o que gosto é do compromisso que observei, de deixar de lado oportunidades econômicas que excediam em muito a proposta da federação."

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