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Weinstein pode ser condenado à prisão perpétua por três novas acusações de abuso

Promotoria de Manhattan acusa o produtor de Hollywood de atacar uma terceira vítima

Antonia Laborde
O ex produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, em um tribunal de Manhattan, Nova York.
O ex produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, em um tribunal de Manhattan, Nova York.AFP

O poço em que Harvey Weinstein afundou-se é cada vez mais profundo. Ele, que há um ano era o produtor de cinema independente mais importante de Hollywood, enfrenta três novas acusações por crimes de cunho sexual, dois dos quais com pena máxima de prisão perpétua, como anunciou na segunda-feira a promotoria do distrito de Manhattan. Entre as acusações recentes está a prática forçada de sexo oral a uma mulher em julho de 2006.

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Weinstein, de 66 anos, já foi acusado no final de maio por um júri de estupro em primeiro e terceiro grau e outros crimes sexuais contra duas mulheres em 2013 e 2004, acusações das quais se declarou inocente no começo de junho a um juiz de Nova York. O ex-imperador da indústria do cinema está em liberdade sob fiança, após se entregar à polícia voluntariamente. “Um júri de Manhattan agora acusa Harvey Weinstein de alguns dos crimes sexuais mais sérios que existem no direito penal de Nova York”, disse o promotor Cyrus Vance em um comunicado, onde agradeceu o “extraordinário valor”, das “sobreviventes” que testemunharam.

O advogado do produtor, Ben Brafman, afirmou à imprensa que Weinstein se declarará “inocente das novas acusações” e que espera refutar “completamente” as alegações contra ele, que considera “falsas”. Nos últimos nove meses, dezenas de mulheres acusaram Weinstein de condutas sexuais inapropriadas e em alguns casos de estupro, como as atrizes Rose McGowan e Paz de la Huerta, mas ele afirma que suas relações foram consentidas. O promotor Vance disse que a investigação, realizada em colaboração com a Polícia nova-iorquina, está aberta há meses e continua: “Se você é uma sobrevivente do abuso predatório do qual o senhor Weinstein é acusado, ainda há tempo de procurar justiça”.

No aguardo de sua próxima ida aos tribunais, programada inicialmente para 20 de setembro e que agora será em 9 de julho, o magistrado o deixou em liberdade após cobrar-lhe 10 milhões de dólares de fiança (40 milhões de reais), dos quais pagou um milhão de dólares (4 milhões de reais) em dinheiro. O acusado está sem passaporte, não pode viajar para fora de Nova York e de Connecticut sem permissão e usa uma tornozeleira eletrônica.

Mesmo sendo acusado judicialmente de abusar de três vítimas, foram mais 70 mulheres a dar o passo à frente desde outubro de 2017 contra o produtor de Hollywood, a quem acusam de assédio, agressão sexual e estupro.

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