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“Ótima geração belga” amadurece antes da prova de fogo contra o Brasil

Com virada sobre o Japão, a badalada Bélgica mostra resiliência em cenário adverso e chega às quartas da Copa como um time mais “cascudo”

Lukaku, Meunier e Chadli comemoram classificação belga para as quartas.
Lukaku, Meunier e Chadli comemoram classificação belga para as quartas.FILIPPO MONTEFORTE (AFP)

De Bruyne, Hazard, Lukaku e companhia. Craques de encher os olhos, estrelas em grandes clubes europeus e uma equipe extremamente veloz. A Bélgica chegou a esta Copa do Mundo rodeada de grande expectativa. Quando o castelo da célebre “geração de ouro” parecia ruir de forma inesperada contra o Japão, os belgas se agarraram à força do conjunto. Fellaini e Chadli saíram do banco para virar um jogo dramático, decidido no último minuto, que os credenciam a seguir sonhando com voos mais altos. Talentoso, cascudo e vacinado: este é o time que enfrenta o Brasil nas quartas de final.

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Ao assumir o comando da seleção, segundo estrangeiro no posto nos últimos 60 anos – o holandês Dick Advocaat fracassou em 2010 –, Roberto Martínez recebeu críticas ferozes, inclusive dos próprios jogadores, como o líder De Bruyne, que lhe acusaram de querer mudar uma fórmula que funcionava. A equipe atingira em 2015 o topo do ranking da FIFA, por mais que também não brilhasse nos torneios internacionais. O máximo que alcançaram foi uma quarta de final em 2014, quando caíram diante da Argentina. O país clamava pelo retorno de Marc Wilmots. Todos se equivocaram, menos o técnico espanhol, que conseguiu dar sentido ao futebol da geração dourada a partir do esquema 3-4-2-1, por entender que não tinha laterais de origem, senão extremos que podiam atuar como alas. Fórmula que funcionou bem na Rússia e culminou em três triunfos e nove gols repartidos entre Panamá (3 a 0), Tunísia (5 a 2) e Inglaterra (1 a 0). Apesar do susto contra os japoneses, que abriram 2 a 0 de vantagem e expuseram os desajustes em seu sistema defensivo, os belgas marcaram mais três vezes no início de jornada no mata-mata.

Em 1986, quando cravou sua melhor participação em uma Copa do Mundo, abatida na semifinal pela Argentina, a Bélgica reuniu craques como Pfaff, Gerets, Ceulemans e Scifo… Entretanto, nada que se compare ao burburinho gerado pela safra atual, com claro acento inglês, já que 11 jogadores competem na Premier League, três na Alemanha, dois na Espanha, China e França e um na Escócia, Bélgica e Itália. “É o momento desta geração. Agora ou nunca”, dizia um ambicioso Hazard antes de enfrentar o Japão. “Somos melhores que em 2014 e 2016, com mais experiência”.

“Para ganhar a Copa do Mundo é preciso vencer os melhores”, afirma o goleiro Courtois. Agora, a Bélgica, dona do melhor ataque da competição, tem pela frente a seleção brasileira, a melhor defesa (apenas um gol sofrido em quatro jogos), na tentativa de romper a barreira em que parou no último Mundial contra os argentinos. Depois de superar com facilidade Panamá e Tunísia, bater os reservas da Inglaterra e sofrer contra o Japão, os belgas encaram o próximo duelo como o teste de fogo de uma equipe que sonha justificar todas as expectativas que a cercam. “Vai ser um grande jogo, mas, não importa o adversário, seguimos confiantes em busca do nosso objetivo, que é ser campeão”, declarou Chadli, o herói inesperado de uma ótima e escaldada geração.

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