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BC reduz expectativa de crescimento do PIB neste ano de 2,6% para 1,6%

Efeito da greve dos caminhoneiros, que paralisou o país em maio, teria sido uma das razões da queda

O setor industrial será um dos que mais deve sofrer neste ano
O setor industrial será um dos que mais deve sofrer neste anoRodolfo Buhrer (Fotos Públicas)

O Banco Central reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,6% para 1,6% em 2018. Os efeitos da greve dos caminhoneiros, a queda da confiança de empresas e consumidores na economia e a perda de fôlego da atividade desde o início do ano foram citados como motivos para a redução.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado nesta quinta-feira, dia 27, o BC informou que ainda é difícil dimensionar “de forma precisa” o impacto da greve enquanto mais indicadores não forem divulgados, mas que dados já conhecidos “sinalizam influência expressiva da greve sobre a produção e o varejo”.

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Para o BC, o setor industrial será um dos que mais deve sofrer neste ano, com estimativa de expansão de 1,6%, diante dos 3,1% esperados antes. O consumo das famílias também crescerá menos do que se previu — 2,1%, frente a 3% — “compatível com recuperação mais lenta da massa salarial, resultado da redução no ritmo de crescimento dos rendimentos e da população ocupada”, segundo a agência Reuters.

"O choque provocado pela greve dos caminhoneiros gerou pressão inflacionária, aumento da volatilidade no mercado de ações, queda do presidente da até então maior empresa em valor de mercado do país, e, por fim, colocou em cheque a recuperação da economia. No campo político, o evento expôs as dificuldades do governo em sanar a crise, com reflexos para a já combalida agenda fiscal (subsídio ao diesel). No front externo, a dúvida sobre a política de juros estadunidense também colaborou para o aumento significativo da incerteza econômica brasileira em junho", afirmou o economista Pedro Costa Ferreira, da FGV IBRE.

IPCA

O relatório divulgado hoje em Brasília também prevê uma aceleração da inflação sob o efeito da crise de desabastecimento gerada pela greve dos caminhoneiros, segundo a Agência Brasil. Entretanto, por conta da lenta recuperação da atividade econômica, a inflação deve terminar este ano em um patamar baixo.

Segundo o BC, de junho a agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve registrar alta de 1,06%, 0,27% e 0,20%, respectivamente. Em maio, a inflação ficou em 0,40%.

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