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Trump aprova impostos contra China, e Pequim prepara contra-ataque

Os EUA publicaram hoje a lista de bens afetados, com um grande peso para área de tecnologia

Amanda Mars
Donald Trump, à direita, ao lado de Xi Jinping, em novembro, em Pequim
Donald Trump, à direita, ao lado de Xi Jinping, em novembro, em PequimThomas Peter (AP)
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Donald Trump anunciou nesta sexta-feira, dia 15, impostos de 25% sobre produtos chineses no valor de 50 bilhões de dólares (190 bilhões de reais), uma medida que anunciou meses atrás mas que havia deixado  em suspenso enquanto negociava com Pequim. O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos publicou a lista de produtos afetados, com um peso significativo na área de tecnologia, e os registrará na próxima semana. O Governo chinês já advertiu que aprovaria represálias em um montante similar, mas Trump afirmou que, nesse caso, imporá mais taxas. A guerra comercial parece incontrolável.

"À luz do roubo de propriedade intelectual e tecnológica e outras práticas comerciais injustas, os EUA implementarão um imposto de 25% sobre 50 bilhões de dólares de produtos da China que contenham tecnologias industrialmente significativas", afirmou a Casa Branca em um comunicado.

Washington colocou os impostos sobre a mesa em março e chegou a apresentar uma lista detalhada de 1.300 produtos que estariam sujeitos aos encargos: desde minerais até componentes utilizados na indústria aeroespacial, passando pelo setor automobilístico, de telecomunicações e medicamentos, entre outros. A China respondeu anunciando impostos sobre produtos norte-americanos em um montante econômico similar. Mas a aplicação ficou parada enquanto os países abriam conversas que, como ocorreu com a União Europeia e as tarifas ao aço e ao alumínio, não renderam frutos.

A China responde pela maior parte do déficit comercial norte-americano (375 bilhões de dólares de um total de 556 bilhões no ano passado) e Trump prometeu ao seu eleitorado reduzir essa defasagem. As tarifas anunciadas e as represálias que se esperam tornam previsível uma escalada que pode ter consequências globais, levando em conta o tamanho das economias que se enfrentam.

Nesta quinta-feira, em Washington, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, rejeitou a guinada protecionista da Administração Trump e, contra as palavras do presidente, advertiu que “a guerra comercial não cria vencedores”.

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