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Governista Mario Abdo, do Partido Colorado, vence as eleições no Paraguai

Conservador conquistou 46,47% dos votos, enquanto o liberal Efraín Alegre ficou com 42,7%

Mario Abdo Benítez, neste domingo após votar.
Mario Abdo Benítez, neste domingo após votar.Mayeli Villalba

O conservador Partido Colorado, que domina a política do Paraguai há 70 anos, sofreu mais do que esperava neste domingo de eleições presidenciais. Seu candidato, Mario Abdo Benítez, esperou durante horas o final da contagem dos votos, vendo como o seu adversário, o liberal Efraín Alefre, se aproximava e ficava a apenas quatro pontos percentuais de distância. A apuração dos votos foi um pesadelo para as centenas de colorados que estavam na sede do partido, no centro de Assunção. Chegaram convencidos de que obteriam mais de 20 pontos de vantagem, como diziam as pesquisas. Mas, ao contrário das previsões, Abdo venceu as eleições paraguaias com 46,47% dos votos, enquanto seu adversário conseguiu 42,72%. A diferença foi de apenas 94.000 votos, o resultado mais apertado desde 1993.

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Abdo, ex-senador e empresário, tem 46 anos e pertence ao mesmo partido que o atual presidente, Horacio Cartes. Seu pai, com o mesmo nome, foi o braço direito do ditador Alfredo Stroessner (1912-2006). Em recente conversa com o EL PAÍS, evitou repudiar os anos da ditadura e diz que foram feitas obras importantes, como a usina hidrelétrica de Itaipú. Mas também pediu que seja julgado por seu presente e não pelo passado. “Eu tinha 15, 16 anos no final de Stroessner, não fazia política e militância nessa época. Eu resgato as políticas que criaram impacto positivo, e isso não significa reivindicar a pessoa”, afirmou.

O Paraguai é o país mais conservador da região, onde não só os abortos estão proibidos como meninas de 10 anos são obrigadas a dar à luz mesmo tendo sido estupradas, como ocorreu em um caso muito conhecido. Abdo, que representa a ala mais conservadora de seu partido, é contra a legalização do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de ter proposto serviço militar obrigatório para filhos de mães solteiras, com o objetivo de diminuir os índices de violência e o consumo de drogas. Também promete reformas radicais da Justiça para reduzir a corrupção, mal endêmico do país.

Contudo, sua proposta em matéria econômica parece manter a linha ortodoxa dos últimos anos, o que vem garantindo crescimento contínuo e desigual.

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