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STF torna Aécio Neves réu por corrupção e obstrução de justiça

Decisão de tornar o senador tucano réu da Lava Jato foi unânime. Ele nega as acusações

O senador Aécio Neves, em julho do ano passado, em Brasília.
O senador Aécio Neves, em julho do ano passado, em Brasília.EVARISTO SA (AFP)
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Réu, Aécio vira um fardo incontornável para o PSDB em ano eleitoral

Por 5 votos a 0, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou tornar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) réu na ação que o acusa de corrupção e obstrução da Justiça (esta última acusação, recebeu quatro votos dos cinco ministros da Turma). O ex-presidenciável tucano foi denunciado em junho de 2017 pela Procuradoria-Geral da República, acusado de ter recebido 2 milhões de reais do empresário da JBS Joesley Batista como pagamento de propina, e de tentar impedir as investigações da Operação Lava Jato. Aécio Neves chegou a ser afastado de suas funções legislativas por 46 dias pelo STF, mas, após uma mudança de entendimento do próprio Supremo, foi salvo pelos colegas de Senado. O senador nega as acusações e se diz vítima de uma armação.

Veja como contamos em tempo real a sessão da 1ª Turma do STF:

Aécio Neves, réu na Lava Jato e um fardo incontornável para o PSDB

O repórter Afonso Benites falou com a cúpula tucana em Brasília após o STF decidir torná-lo réu. Leia a reportagem.

http://cort.as/-452B

Num dos indícios de que Aécio se tornou tóxico até para integrantes do próprio partido, seu correligionário Ricardo Ferraço comenta que o mineiro se tornou réu dizendo que "a lei era para todos"

 

Do cientista político e professor do Departamento de Relações Internacionais da UERJ, Mauricio Santoro

A nota do senador mineiro

Aécio: "Foi um ato estritamento privado que não lesou ninguém"

Segundo a GloboNews, senadador tucano se pronunciou sobre decisão que o tornou réu e rebateu as acusações do Ministério Público. Segundo o tucano, a pedido de dinheiro a Joesley Batista "foi um ato estritamento privado que não lesou ninguém"

 

O advogado de Aécio Neves, Alberto Toron, disse que já esperava o recebimento da denúncia. Afirmou, contudo, que está confiante na inocência do senador. Segundo ele, agora haverá uma investigação sobre a atuação do Ministério Público para comprovar que a atuação de Joesley ocorreu para prejudicar Aécio. “Houve uma ação dirigida sem autorização judicial”.
Não é certo se Aécio Neves, que manteve seu cargo no Senado, vai ou não concorrer as eleições. Nesta reportagem de Breiller Pires, do ano passado, contamos o começo de sua derrocada

Como o império político de Aécio ruiu em Minas Gerais

http://cort.as/-448w
Encerrado o julgamento. Aécio Neves é réu pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à Justiça.
Todos os cinco ministros votaram a favor da denúncia por corrupção passiva. Com relação à obstrução de Justiça o placar foi 4 a 1.
Moraes diz que não há indícios para aceitar a denúncia contra Aécio pelo crime de embaraço às investigações. Ele afirma que o Ministério Público informou que havia a intenção de Aécio atrapalhar as apurações policiais. “De boas ou más intenções o inferno está cheio. É cogitação”. A suposta negociação teria ocorrido com policiais que eram subordinados a Moraes quando ele estava à frente do Ministério da Justiça no governo Michel Temer.
Moraes não acompanha o relator na denúncia pelo crime de tentativa de obstrução de Justiça.
Alexandre de Moraes diz que entende haver indícios do crime de corrupção passiva cometida pelo senador Aécio Neves, mas ressalta que o Ministério Público terá de comprovar sua acusação.
São 4 votos contra Aécio. Quem vota agora é Alexandre de Moraes, o presidente da Turma que foi ministro da Justiça e filiado ao PSDB, o partido de Aécio.
Fux acompanha o relator e diz que: in dubio pro societate (em dúvida, pró sociedade).
Até o momento, votaram Marco Aurélio, Barroso e Rosa. Faltam Fux e Alexandre de Moraes.
Já há maioria. Três ministros votaram por receber a denúncia. Aécio Neves é réu pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça.
E diz Barroso: "Penso que, claramente, houve a utilização do cargo de senador da República para o cometimento do crime".
Afirma o ministro Barroso: “Quais os indícios de que há alguma coisa errada? No mundo dos lícitos, o empréstimo de 2 milhçoes de reais é feito com um contrato. (...) Aqui não existiu contrato”. Ele ainda diz que um empréstimo desse vulto os pagamentos se fazem por transferência bancária. “Nos dias de hoje ninguém sai por aí transportando pelas estradas mochilas e malas de dinheiro, a menos que haja algo errado. E, no caso, parece que havia”.
Roberto Barroso anunciou que acompanhará o relator.
Marco Aurélio recebeu a denúncia contra Aécio.

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