_
_
_
_
_

Papa pede “acolhida e assistência” aos venezuelanos que são “obrigados” a deixar seu país

Francisco também solicita o fim do “extermínio” na Síria e “respeito aos indefesos” na Palestina

O Papa Francisco dá a bênção Urbi et Orbi em Roma neste domingo.
O Papa Francisco dá a bênção Urbi et Orbi em Roma neste domingo.Franco Origlia (Getty Images)
Mais informações
Papa Francisco: uma reforma de duas velocidades
Papa telefona para família de Marielle para manifestar solidariedade
“No Brasil, há corpo mole em relação ao Papa Francisco, mas não discordância pública”

Em sua mensagem antes de dar a bênção Urbi et Orbi —à cidade [de  Roma] e ao mundo—, o Papa Francisco costuma sacudir as consciências repassando os conflitos que afligem a humanidade e denunciando a violência e as injustiças em diferentes partes do planeta. Neste domingo em que os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo, o Pontífice pediu “frutos de consolação” para o povo venezuelano “que vive em terra estrangeira em seu próprio país” e rezou para que “encontre a via justa, pacífica e humana para sair quanto antes da crise política e humanitária que o oprime”. Também recordou os venezuelanos que “são obrigados a abandonar sua pátria” e pediu que não lhes falte “acolhida e assistência”. Francisco citou a mensagem que a Conferência Episcopal Venezuelana publicou recentemente para denunciar a crise generalizada que vive o país e na qual também reprovava “a pretensão de se implantar um sistema totalitário, injusto, ineficiente, manipulador, onde o jogo de se manter no poder à custa do sofrimento do povo é o lema”, em vista das próximas eleições no país, em 20 de maio.

Francisco também condenou particularmente a situação vivida na “amada e martirizada Síria”, arrasada por uma guerra civil que começou em 2011, e pediu que “se ponha fim imediatamente ao extermínio que está sendo levado a cabo, se respeitem os direitos humanos e e facilitem o acesso a ajuda”, e que sejam garantidas as condições necessárias para o regresso dos refugiados. A situação no país é especialmente crítica, sobretudo em Guta Oriental, onde nas últimas semanas pelo menos 1.600 civis morreram em bombardeios. A área permanece sob duro assédio do regime de Damasco há cinco anos.

Olhando para uma Praça São Pedro transformada em um jardim colorido, adornado com flores procedentes da Holanda, como é tradição neste dia desde 1985, o Papa também chamou a atenção para a situação crítica na “Terra Santa”, “golpeada por conflitos abertos que não respeitam os indefesos”. E pediu “frutos de reconciliação”, depois de uma Semana Santa sangrenta na Faixa de Gaza. Na sexta-feira morreram na região 17 jovens e ficaram feridos 1.400 civis durante o início dos protestos da chamada Grande Marcha de Retorno, que terá a duração de 45 dias nos territórios ocupados por Israel, para reivindicar o direito de todos os refugiados regressarem.

Do balcão central da Basílica de São Pedro, o papa também lembrou da situação vivida na península coreana e pediu “diálogo” para conseguir “harmonia e pacificação”. Ele fez um chamado à responsabilidade dos líderes políticos que nos últimos tempos jogam uma partida importante na região. “Que os que têm responsabilidades diretas atuem com sabedoria e discernimento para promover o bem do povo coreano e construir relações de confiança no seio da comunidade internacional”, disse.

O Vaticano acompanha com atenção os acontecimentos na península coreana, um cenário estratégico para a comunidade internacional e que se transformou em um tabuleiro diplomático crucial, especialmente nos últimos dias. Após a reunião na semana passada entre os presidentes norte-coreano, Kim Jong-un, e chinês, Xi Jinping, estão prestes a ocorrer encontros cruciais entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos e entre as duas Coreias. Depois de anos de deterioração das relações, houve uma aproximação em fevereiro, durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Pyeongchang (Coreia do Sul). Essa foi a primeira vez que uma delegação do Vaticano participou da cerimônia de inauguração, com o estatuto de observadora. Na ocasião o Papa também parabenizou a aproximação entre os dois países. “A trégua olímpica deste ano assume uma importância especial: a delegação das duas Coreias vai desfilar sob uma única bandeira e vai competir como uma única equipe.”

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_