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Sorteio da Champions: Barcelona enfrenta a Roma e Real Madrid pega a Juventus nas quartas de final

Além dos confrontos entre espanhóis e italianos, a Liga dos Campeões também terá o embate de ingleses que restaram na competição

Duelos das quartas da Champions já estão definidos.
Duelos das quartas da Champions já estão definidos.Jean-Christophe Bott (AP)
José Sámano
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Foram definidos nesta sexta-feira os confrontos das quartas de final da Champions League. Destaque para o duelo entre espanhóis e italianos: o Barcelona pega a Roma, enquanto o Real Madrid encara a Juventus que se encontram pela terceira vez em quatro temporadas. Liverpool x Manchester City, os times ingleses que sobraram na competição, e Sevilla x Bayern de Munique são os outros jogos definidos no sorteio. As partidas de ida e volta acontecem entre os dias 3 e 11 de abril. Pela primeira vez, as oito equipes classificadas para as quartas da Liga dos Campeões reúnem apenas as quatro maiores potências futebolísticas do continente: Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha. E dois fios condutores. Por um lado, a velha guarda. Por outro, as patentes de Pep Guardiola no City e Monchi, maestro tanto do Sevilla, que deixou há uma temporada, como da sua Roma atual.

Seguem na briga pelo título mais cobiçado da Europa quatro dos cinco clubes com mais troféus, com os 12 do Real Madrid e os cinco do Barcelona, Bayern e Liverpool (a exceção é o Milan, dono de sete títulos). Junto deles está a Juve, outro clássico entre os clássicos, tanto por seus dois títulos como por ser o maior vice-campeão, com sete finais perdidas. São as grandes ligas europeias que também elevam o nível desta edição da Champions, cada vez mais monopolizada pelos torneios de maior brilho.

Paradoxalmente, desta vez a passagem pela Champions não se deu paralelamente a uma competição acirrada nos campeonatos domésticos. Na atual temporada, coincide que, exceto na Itália, as demais ligas já estão praticamente definidas, com o Barça oito pontos à frente do Atlético de Madrid, o City 16 acima do decepcionante Manchester United, e o Bayern com 20 de vantagem sobre o Schalke 04. Todos, sobretudo na Premier League inglesa e na Bundesliga alemã, a um passo do título. A Juve ainda briga com o Napoli, sobre o qual soma apenas quatro pontos de vantagem.

O maior golpe no torneio europeu foi sofrido pelo futebol inglês, apesar da sua ampla vantagem sobre as demais ligas em termos de rendimentos televisivos. Seus cinco times chegaram às oitavas, mas três caíram nesse primeiro mata-mata. O Tottenham, uma equipe jovem e cheia de estilo, pecou pela falta de algo que a Juve tem de sobra: garra. Virtude que o United tradicionalmente tem. Mas, sob o comando de José Mourinho, sua única arma acabou sendo antediluviana: o chuveirinho na área. Já sobre o Chelsea não há nada a recriminar: Messi foi Messi em Londres e em Barcelona, demais para qualquer rival. Assim como foi Cristiano Ronaldo para o novo-rico PSG. Outro fiasco. Não por perder contra ao rei da Europa, mas pelo que demonstrou, sem estrutura dentro de campo e tendo as organizadas como sua única musculatura.

Bayern, Liverpool e City precisaram de apenas meia eliminatória, transformando em mero trâmite os jogos de volta depois de golearem o Besiktas, o Porto e o Basel, respectivamente. Três rivais coadjuvantes, que não serviram para medir com exatidão os seus vencedores. Já nas quartas não tem café com leite, por mais que o Sevilla esteja há 60 anos sem chegar tão longe no torneio interclubes da Europa, e a Roma há uma década.

Irregular na Liga Espanhola, o time andaluz deixou ótima impressão contra o United, ao qual dominou tanto no Pizjuán como no Old Trafford, hoje um pesadelo para este United tão opulento no mercado como irrelevante no gramado. Depois de seus cinco títulos da Liga Europa entre 2006 e 2016, faltava ao Sevilla se diplomar na Champions, à qual retornou há 10 anos, após meio século de ausência. No seu regresso, caiu nas oitavas diante do Fenerbahçe, e dois anos mais tarde sucumbiu a outro rival aparentemente inferior, o CSKA Moscou. Idem quanto ao Leicester, seu algoz nas oitavas em 2017.

Oito dos titulares que Vicenzo Montella escalou em Manchester na terça-feira passada foram contratados por outro “romanista” recente: Monchi. Exceto por Sergio Rico, que é prata da casa, por Kjaer e por Muriel, todos foram trazidos pelo atual diretor esportivo da Roma. Inclusive Banega – fora do primeiro jogo das quartas por suspensão – a quem Monchi convenceu já na sua primeira etapa como sevillista.

O Manchester City, por sua vez, nunca chegou a uma final do principal torneio europeu em seus 138 anos de vida. Aliás, só disputou sete edições da Copa da Europa, com apenas 52 jogos. Sua maior realização foi alcançar uma semifinal em 2016, quando foi atropelado pelo Real rumo ao seu 11º título. A Recopa de 1970 é o único consolo europeu de um City que pede espaço junto à aristocracia continental pelas mãos de Pep Guardiola, o terceiro treinador espanhol que mais duelos europeus dirigiu. Segundo o estatístico Pedro Martín, um total de 109, atrás apenas de Rafa Benítez (171) e Unai Emery (118). O técnico catalão é seguido de perto por Ernesto Valverde (100 jogos em torneios continentais).

À margem do eco de Guardiola e Monchi, a atual edição da Champions deu uma guinada entre as oitavas e as quartas. Da supremacia da Premier ao predomínio espanhol com três representantes, contra dois ingleses, outros dois italianos e um alemão. City, Sevilla e Roma frente aos grandes patrões de uma velha orelhuda que concluirá sua 63ª edição na final de Kiev, em 26 de maio.

Os confrontos da Liga Europa também foram sorteados nesta sexta-feira.

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