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Hedy Lamarr, a musa do cinema precursora do wi-fi

Primeira a simular orgasmo em um filme foi também a inventora de uma tecnologia para guiar torpedos

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Hedwig Eva Maria Kiesler, conhecida como Hedy Lamarr, foi uma atriz de cinema e inventora austríaca cuja grande contribuição à sociedade esteve relacionada com o campo das comunicações sem fio. Foi, como atriz, considerada “a mulher mais bonita da Europa” pelo diretor Max Reinhardt, e a primeira a simular um orgasmo no cinema (Êxtase, 1933). Mas foi também cocriadora da tecnologia na qual se baseia o wi-fi moderno. Lamarr sempre quis ser independente e acabou escapando do seu primeiro marido, que a mantinha sob controle e vigilância contínua, para viver a vida que desejou. Fugiu para Paris, de lá para Londres e, por fim, embarcou no transatlântico Normandie rumo aos Estados Unidos. Lá viveu até sua morte e desenvolveu a carreira de atriz e inventora.

O espectro alargado por salto de frequência nasceu depois que Lamarr observou que era muito fácil interferir nos sinais que guiavam por rádio os torpedos da Marinha dos EUA, o que fazia com que se desviassem de sua trajetória inicial. Conversando com o compositor George Antheil, constataram que era possível alterar a frequência da mesma forma como se mudam as notas em uma pianola. E assim fizeram. Os militares só perceberam a utilidade desse invento quando se deu a crise dos mísseis cubanos, em 1962. A tecnologia de Lamarr foi adotada para controlar os torpedos e a comunicação e, atualmente, ainda é usada nas redes móveis, dispositivos Bluetooth e wi-fi.

A inventora austríaca é retratada pela série sobre Mulheres na Ciência publicada pelo EL PAÍS em celebração ao Dia Internacional da Mulher. As mulheres sempre estiveram presentes em todos os níveis do universo científico, embora a importância da maioria delas tenha sido relegada a segundo plano pela história. Este especial é inspirado no livro As Cientistas: 50 Mulheres que Mudaram o Mundo, de Rachel Ignotofsky (lançado no Brasil pela editora Blucher).

“A esperança e a curiosidade sobre o futuro me pareciam melhores que a segurança do presente. O desconhecido sempre foi tão atraente para mim... E ainda é.”

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