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Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Estratégias frente ao Brexit

Um Plano de Cooperação com o Governo aliviaria o dano econômico da secessão britânica

Turistas britânicos em Salou.
Turistas britânicos em Salou.JOSEP LLUIS SELLART
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Ainda não se conhecem com exatidão as consequências do Brexit para as economias nacionais, mas restam poucas dúvidas de que o impacto será duro e obrigará a novas decisões e estratégias empresariais. O Comitê Europeu das Regiões está coordenando um estudo sobre esse custo para as províncias e comunidades europeias. No caso da Espanha, a avaliação não pode ser mais clara: haverá um efeito profundo no turismo (em especial na Andaluzia, Comunidade Valenciana, Baleares e Canárias), mercado imobiliário (dependente do turismo), exportações agrícolas e, no caso do País Basco, riscos importantes nos mercados automobilístico, aeroespacial, de energia e financeiro. Gibraltar é um caso especial: a Andaluzia calcula que quase 59% dos 10.000 trabalhadores espanhóis que trabalham no Peñón serão afetados em seus empregos e salários.

O dano para as Comunidades Autônomas pode ser considerável, mas há bons motivos para acreditar que é possível aliviá-los com políticas compensatórias adequadas. A estratégia mais acertada é que as autonomias, enquanto gestoras descentralizadas da atividade econômica, teriam de combinar já com o Governo central um Plano de Cooperação para compensar as perdas resultantes do Brexit. Não se trata tanto de reclamar compensações ou subvenções quanto de planejar a recuperação da atividade econômica nos mercados mais afetados pelo Brexit. Esse Plano deveria se concentrar em investimentos em setores com mais valor agregado que o turismo (se for possível).

O Governo também tem um trabalho decisivo em Bruxelas: defender que sejam mantidos os Orçamentos comunitários, para sustentar a legítima contribuição dos Fundos Comunitários às regiões espanholas. Essa continuidade é essencial, porque a agricultura e as exportações agrícolas representam um dano potencial recorrente a todas as regiões espanholas.

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