_
_
_
_
_

Indignação em Michigan: dois policias armados algemam por engano menina negra de 11 anos

Vídeo do incidente revoltou comunidade. Os agentes, que procuravam uma mulher branca de 40 anos, não serão penalizados

Honestie Hodges, de 11 anos.
Honestie Hodges, de 11 anos.Cory Morse (AP)

Dois agentes da polícia de Grand Rapids (Michigan, nos Estados Unidos) faziam uma ronda no início do mês em um bairro da cidade em busca de uma suspeita de assassinato. Procuravam uma mulher branca de 40 anos. Por motivos que ainda não são conhecidos, os agentes armados prenderam Honestie Hodges, sobrinha da suspeita. A menina, negra e de 11 anos, foi algemada e forçada a entrar no carro da polícia. Apesar de o incidente ter provocado a revolta dos moradores, a polícia afirmou nesta semana que não tomará medidas disciplinares contra os agentes.

Mais informações
Grandes tiroteios causam em média 121 mortes por ano nos Estados Unidos
Derrubada de estátua confederada nos EUA segue o rastro de Charlottesville
Três mortos na jornada de violência provocada por grupos racistas norte-americanos

Nas imagens é possível observar os agentes apontando suas armas e lanternas para Honestie. A criança sai de casa de costas, se aproximando deles e seguindo suas ordens. Quando já está ao alcance deles, um dos policiais a agarra com força e algema suas mãos. “Não, não, não!”, grita a jovem, enquanto o policial responde: “Não chora, para de gritar”. A mãe, de dentro da casa, repetia: “Essa é a minha filha!”. A verdadeira suspeita, parente da menina, foi presa minutos depois a poucas quadras.

Os moradores, indignados, exigiram uma resposta da polícia, que não destituirá os agentes, mas implementará um novo pacote de medidas sobre como tratar menores nesses tipos de situações.

“Os gritos da menina chegam ao nosso coração. É uma criança da nossa comunidade. É alguém que deveria sentir-se segura correndo na direção de um policial. As ações dos policiais foram impróprias e o vídeo me deu náuseas”, afirmou o chefe da polícia, David Rahinsky, segundo o canal local Wood 8. O delegado anunciou que as novas regras, batizadas com o nome da menina, consistirão em uma série de medidas para treinar os agentes sobre melhores maneiras de tratar menores durante momentos de tensão. “Dará resultados palpáveis e provocará um impacto verdadeiro e duradouro em nossa comunidade”, prometeu Rahinsky.

A prefeita, Rosalynn Bliss, defendeu que ninguém deveria sofrer esse tipo de violência, e muito menos um menor de idade. “Foi doloroso se ver. Temos muito trabalho a fazer”, afirmou.

Líderes afro-americanos da pequena cidade de Michigan consideraram que a polícia estava sendo muito branda com o comportamento de seus agentes. “Estamos consternados pela falta de ações contra os policiais”, afirmou o reverendo Jerry Bishop durante uma reunião com outros líderes cívicos.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_