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Um suposto pai de santo para “tirar uma macumba” de Temer

Babalorixá Uzêda irrompe em evento do PMDB em Brasília e dá passe em presidente

Temer e o pai de santo Uzêda.
Temer e o pai de santo Uzêda.Filipe Cardoso (PMDB Nacional)
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O presidente Michel Temer recebeu um passe de um pai de santo durante a convenção nacional extraordinária de seu partido, que perdeu o P e voltou a se chamar MDB nesta terça-feira. Ao subir no palco do evento, o babalorixá Roberval Uzêda passou folhas de guiné em torno do presidente para “tirar uma macumba” feita com o objetivo que Temer morresse. Enquanto recebia o passe, o presidente abria os braços. Em seu discurso, quando alguém ergueu um outro galho de folhas em direção ao púlpito, Temer agradeceu e disse que as energias o revitalizavam. “Jogaram pesado contra o presidente. O trabalho que foi feito contra o doutor Michel foi para ele morrer”, afirmou o babalorixá na saída da convenção.

Uzêda disse aos repórteres que ele havia sido contratado pelo próprio presidente e pela primeira-dama, Marcela Temer. O presidente da MDB e líder do Governo no Senado, Romero Jucá, negou qualquer vinculação do casal presidencial com o suposto pai de santo. Quando indagado sobre esse vínculo, Jucá girou um dedo ao redor da orelha, um sinal para dizer que alguém é doido.

O pai de santo também afirmou que a saúde de Temer está debilitada por causa de um vodu feito contra ele e que bonecos de macumba do presidente, de representantes da cúpula do PMDB e do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foram encontrados recentemente. “Fizeram um trabalho de vodu contra o presidente Temer. Por isso que ele teve a doença”. Temer passou por ao menos três procedimentos cirúrgicos nos últimos meses. Fez duas cirurgias no canal urinário e uma angioplastia, esta para desobstruir artérias do coração.

Uzêda é uma figura frequente no meio político. Foi candidato derrotado a deputado estadual no Rio de Janeiro pelo Partido Progressista na eleição de 2014. Em março de 2015 ele conseguiu entrar no Palácio do Planalto e tentou entregar uma carta para a então presidenta Dilma Rousseff (PT). No documento, ele dizia para a mandatária se proteger de alguns políticos, como Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente da Câmara que deu início ao seu processo de impeachment. É comum encontrá-lo nos corredores da Câmara.

Michel Temer chegou a cancelar sua ida ao evento de seu partido. Desmobilizou toda a equipe de cerimonial e segurança, mas, de surpresa, apareceu no encontro, discursou por cerca de dez minutos, pousou par algumas fotos e foi embora.

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