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Enem 2017: cinco dicas para ir bem na segunda prova neste domingo

Pela primeira vez, a prova é aplicada em dois fins de semana. Exames exploram Matemática e Ciências da Natureza

Veja a conversa da repórter Beatriz Sanz com Braga com mais dicas sobre a prova.
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Pela primeira vez o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) passou a ser aplicado em dois finais de semana. Neste domingo, os candidatos tem o segundo e último dia de testes. Eles voltam aos locais de prova para responder as questões de Matemática e de Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química).

Na reta final do exame, para auxiliar candidatos que buscam vagas nas universidades brasileiras e no exterior — O Enem é aceito por instituições de ensino superior em Portugal, por exemplo —, respondemos aqui a cinco perguntas que (ainda) são comuns sobre a prova.

1) Enem cai pouco conteúdo?

Quem pensa isso, normalmente, não entendeu bem o que significam as tais “habilidades” que são exploradas no exame. Mas a questão é simples: no Enem, as questões são contextualizadas para que o estudante possa empregar, em situações mais concretas, os conteúdos aprendidos. Ou seja, além de conhecer os temas das disciplinas, é importante ser capaz de aplicar conceitos, estabelecer relações, interpretar dados e assim por diante. As tais habilidades pressupõem uma abordagem menos mecânica dos conteúdos, mas não se opõem a eles.

2) Por que o Enem tem tantos textos?

Justamente para avaliar mais que os conteúdos, também as habilidades que o estudante desenvolveu ao longo de sua formação. Para ficar mais claro, pense na seguinte habilidade, indicada na matriz de Ciências da Natureza do Enem: H3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.

Para avaliar se o aluno é capaz de fazer esse tipo de comparação, é apresentada a ele uma situação real (seja por meio de um texto verbal, de um gráfico, de uma tabela, de um infográfico...) e, com base nela, é que se faz a pergunta. Por isso, em todo item do Enem, o questionamento é feito a partir de um texto-base.

3) Dá para saber o que a prova vai cobrar?

Até certo ponto, dá sim. Como é possível detectar temas recorrentes no Exame, não é absurdo pensar que a prova siga uma tendência. Não por acaso, temas mais “contextualizáveis” têm preferência.

Aqui vai uma breve lista do que, nas disciplinas deste próximo domingo, tem aparecido mais:

4) É verdade que não dá pra “chutar” no Enem?

Isso é uma “meia verdade”. No Enem, a nota de cada candidato é calculada por um método chamado TRI (Teoria de Resposta ao Item), que atribui pesos diferentes a cada item acertado. Simplificando, é mais ou menos assim: se um candidato erra questões fáceis e acerta questões difíceis, a probabilidade de ele ter chutado é razoável. Por isso, o valor desse acerto passa a ser menor. Isso não significa, porém, que o acerto seja anulado, mas que o valor dele na nota final (que vai até 1000 pontos) será menor.

Tendo isso em mente, em vez de ficar bastante tempo fazendo uma questão mais difícil, vale a pena resolver primeiro as mais fáceis, depois as de dificuldade média e só no final as mais complexas. Acertar questões com grau de dificuldade progressivo, na TRI, rende uma nota mais alta.

5) Como controlar o nervosismo?

Para muitos, essa é a pergunta que vale um milhão. Ainda assim, se parte do nervosismo vem do medo diante do imponderável, ou do desconhecido, arriscamos dizer que o Enem não é das provas que devem deixar mais nervosos os candidatos. O principal motivo é a própria atribuição de nota com base na TRI, que mede proficiência e não acertos absolutos. Trocando em miúdos, essa prova consegue medir muito mais o “conjunto da obra”, a sua formação como um todo, do que uma ou outra questão pontual. No Enem não há como ser reprovado porque deu branco em uma questão específica. A prova consegue medir as probabilidades de acerto.

Ainda assim, se alguma questão mais chata ameaçar tirar o candidato do prumo, vale a pena ter à mão umas balas, um chocolate, algo para beber, enfim, qualquer doce distração capaz de lembrar que a vida é muito mais que uma prova no domingo.

Henrique Braga é doutor pelo DLCV-USP (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de São Paulo) e coordenador e professor e gestor de conteúdo do Sistema Anglo de Ensino.

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