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A entrevista em que Neymar atacou a imprensa e começou a chorar

O atacante nega ter um relacionamento ruim com Cavani e com o técnico Emery, do PSG

Jordi Quixano
Neymar grita após sofrer falta no jogo contra o Japão.
Neymar grita após sofrer falta no jogo contra o Japão.Robbie Jay Barratt (Getty Images)

Neymar decidiu não disputar o último jogo do PSG contra o Angers por causa de dores musculares na perna esquerda que, em Paris, dizem que não existiam, e sim que o atacante faz o que quer em seu novo clube porque ganha mais do que todos − 30 milhões de euros (114 milhões de reais) anuais − e preferia chegar em boas condições às partidas pela seleção brasileira. Nesta sexta-feira de manhã, jogou em Lille um amistoso contra o Japão e marcou de pênalti o primeiro gol na vitória da seleção canarinho (3-1), embora depois tenha perdido outro. Mas já faz algum tempo que as notícias sobre ele não chegam dos gramados, e sim de fora deles − por suas saídas noturnas, por seu duelo de egos com Cavani em relação às cobranças de pênalti, por suas ausências em alguns treinos, por sua possível intenção de chegar em breve ao Real Madrid, por problemas de evasão fiscal e até por seu relacionamento ruim com o técnico Unai Emery.

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Jogador que nunca se calou no gramado − assim como fazia na Liga Espanhola, na Ligue 1 da França ele costuma discutir com qualquer rival que o provoque − nem fora dele (ainda é lembrada a entrevista coletiva em que disse que era jovem e iria para a balada sempre que quisesse e o calendário permitisse), Neymar também não fez isso depois do amistoso desta sexta. “Quero desde já que parem de inventar histórias que não são verdade”, afirmou o atacante de forma enfática. E prosseguiu: “Tudo o que está saindo está me incomodando muito, porque estão inventando um monte de histórias que não são verdade. Não tenho nenhum problema com Cavani, não tenho nenhum problema com o treinador, aliás vim com o aval dele. Eu quero ser feliz, não vim para incomodar ninguém, por isso peço que parem. Sei da minha importância para a equipe, do meu papel dentro do campo”.

Neymar, de qualquer forma, continua demonstrando seu futebol, porque nos 12 jogos que disputou nesta temporada com a camisa do PSG, fez 11 gols e deu 9 assistências. Mas os problemas, quase uma constante em sua carreira − ele foi alvo de processos tanto ao sair do Santos como ao deixar o Barcelona −, chegam em série. Assuntos que não dizem respeito ao técnico Tite. O treinador da seleção brasileira chegou à entrevista coletiva juntamente com Neymar para valorizar a vitória sobre o Japão e acabou fazendo uma defesa enfática de seu camisa 10, que peita os rivais quando lhe fazem faltas mais duras. “Ele erra, porque não deve reagir. Mas posso falar de seu caráter, de sua grandeza no vestiário", disse Tite. “Somos seres humanos, às vezes sofremos faltas e reagimos de forma errada. Eu já reagi de forma errada na minha carreira, mas não devemos questionar a índole. Posso falar do caráter, da índole e do grande coração que o Neymar tem”, acrescentou. Neymar, então, começou a chorar e abraçou Tite antes de sair da sala de imprensa.

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