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Efeitos das mudanças climáticas custaram mais de 350 bilhões de dólares aos EUA na última década

Relatório da Controladoria Geral pede que Trump elabore respostas federais apropriadas

Mulher anda entre escombros depois de incêndio na Califórnia
Mulher anda entre escombros depois de incêndio na CalifórniaJOSH EDELSON (AFP)

Donald Trump nega a existência da mudança climática. Mas a ciência e os dados o contradizem. Um novo relatório publicado na terça-feira pela Controladoria Geral (GAO, na sigla em inglês) conclui que o Governo dos EUA gastou mais de 350 bilhões de dólares (cerca de 1,14 trilhão de reais) em suas respostas às mudanças extremas de temperatura como inundações ou incêndios.

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No documento, a GAO pede que Trump use as informações fornecidas para “elaborar respostas federais apropriadas”, assim como identificar os riscos potenciais que a mudança climática representa para a estabilidade do país. A agência governamental também estima que o aumento das temperaturas pode causar perdas de 150 bilhões de dólares até 2099.

O estudo, concluído depois de dois anos de entrevistas com especialistas e análise de dezenas de documentos, é a mais recente advertência sobre as graves consequências econômicas – além de ambientais – para os EUA. Nos últimos meses, os furacões Harvey, Irma e Maria atingiram com força o país no Texas, na Flórida e em Porto Rico, respectivamente, causando danos irreparáveis ou muito onerosos para a Casa Branca. Nesta semana o Senado votará em um pacote de ajuda de 36,5 bilhões de dólares para o Oeste do país depois dos devastadores incêndios na Califórnia na semana passada, que provocaram a morte de mais de 40 pessoas, a perda de 8.400 edificações e um custo de 1 bilhão de dólares.

Apesar das recomendações e dos dados, há poucas esperanças de que Trump interceda. Durante sua ascensão ao poder, em 2016, o republicano que agora ocupa o escritório mais importante do mundo afirmou que a mudança climática era um fenômeno inventado pelos chineses. Em seu ainda curto mandato, o presidente retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas – pacto ao qual aderiram todas as nações do mundo, com exceção de três – e colocou um negacionista do aquecimento global à frente da agência ambiental. Suas decisões nessa área foram amplamente rejeitadas por cientistas e acadêmicos de primeiro nível, que temem que as políticas protecionistas de Trump e favoráveis a indústrias como a mineração possam ser um retrocesso no avanço em termos de soluções para preservar o meio ambiente.

O gasto na última década representa menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, razão pela qual não se teme que Trump reduza os recursos dedicados ao combate das emergências provocadas pelos fenômenos naturais.

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