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Empresários pedem convocação imediata de eleições na Catalunha

Associação empresarial afirma que pleito evitaria dinâmica de “insegurança jurídica”

O presidente do Círculo de Economia, Juan José Bruguera
O presidente do Círculo de Economia, Juan José BrugueraAgencia EFE

O Círculo de Economia, associação empresarial catalã presidida por Juan José Bruguera e que reúne empresários, acadêmicos e economistas, pediu nesta segunda-feira a convocação “imediata” de eleições. Em nota, seus integrantes advertem que o conflito institucional pelo processo independentista pode levar a uma dinâmica de “descontrole, insegurança jurídica e mal-estar cidadão”, uma situação que, segundo o Círculo, só pode ser evitada com a realização de eleições autonômicas, “o procedimento para a normalidade e a legalidade”.

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A entidade já havia difundido sua posição sobre uma possível declaração de independência após a realização do referendo de 1.o de outubro. Faz tempo que o Círculo pede diálogo a ambas as partes do conflito e respeito à legalidade. Na última reunião da entidade, em Sitges, Bruguera pediu que o presidente da Generalitat (como é conhecido o Governo catalão), Carles Puigdemont, explicasse sua posição no Congresso. Depois dos convites ao diálogo, o comunicado divulgado nesta segunda exige eleições autonômicas, um cenário que, se ocorrer antes da votação do artigo 155 da Constituição no Senado, poderia significar a sua retirada.

A nota do Círculo começa lamentando a fuga de empresas ocorrida após a realização do referendo. Até agora, mais de 1.300 pequenas e médias empresas e quase todas as companhias cotadas no IBEX 35 (principal indicador da Bolsa de Valores da Espanha) decidiram transferir sua sede social para fora da Catalunha. “Além da retirada das empresas, há uma crescente fratura social e a possibilidade, real e imediata, de uma profunda deterioração do autogoverno”, lamenta o comunicado da entidade.

O anúncio da aplicação do artigo 155 da Constituição, que levaria ao fechamento de todo o Governo da Generalitat, também preocupa os empresários, da mesma forma que a ideia de não evitar esse cenário com novas eleições. “Se isso não for evitado nos próximos dias, [a Catalunha] poderia avançar rumo a uma dinâmica, prolongada e intensa, de descontrole, insegurança jurídica e mal-estar cidadão”, afirma o documento.

O Círculo de Economia recorda que a Catalunha realizou outras eleições antecipadas nos últimos anos, todas elas num ambiente de “intensidade política nunca vista em nossa vida em democracia”. Por isso, os empresários dizem que é “lógico e sensato conhecer [...] o mapa de preferências da sociedade catalã”. O lobby empresarial lembra que tanto a União Europeia como seus Estados membros pediram a concórdia, ressaltando que esta seria “a única via para frear uma dinâmica econômica dramática”.

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