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Quem quer se vestir de Anne Frank no Halloween?

Loja on-line dos EUA retira fantasia da menina após uma chuva de críticas. Outras, como a Amazon, a mantêm no catálogo

Fantasia de Anne Frank, na Amazon.
Fantasia de Anne Frank, na Amazon.Amazon
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Por 25 dólares (76 reais) mais gastos com frete, várias lojas on-line dos Estados Unidos ofereciam até esta semana uma fantasia de Anne Frank para o dia de Halloween. “Sua filha pode se transformar em heroína da Segunda Guerra Mundial”, prometia a descrição do produto, que incluía a imagem de uma garota com um vestido azul marinho, boina verde, sapatos pretos e uma pequena bolsa marrom pendurada no ombro. Diversas organizações ativistas criticaram a fantasia, obrigando a sua retirada de alguns pontos de venda, como o Walmart. Mas a Amazon e outras lojas a mantêm.

Os responsáveis pelo HalloweenCostumes.com, um dos portais que retiraram a vestimenta da vitrine, pediram desculpa pela “ofensa”, dizendo que nunca foi sua intenção causar danos. Mas é difícil pensar que ignoravam quem foi Anne Frank e o contexto ao redor dela quando decidiram que a venda era apropriada para as pré-adolescentes.

Frank, uma adolescente judia alemã, é conhecida por seu diário sobre os anos que passou escondida com sua família em Amsterdã, durante a Segunda Guerra Mundial, devido à perseguição nazista. Suas últimas anotações no relato, traduzido a mais de 60 idiomas, foram quando ela tinha 15 anos, no início de agosto de 1944. Soldados nazistas a descobriram e a enviaram para Auschwitz, o campo de extermínio mais letal de Hitler. A família inteira morreu, assim como outros seis milhões de judeus.

A Liga Antidifamação, organização ativista internacional pela defesa da comunidade judaica, rechaçou com veemência a venda da fantasia. “Aprendemos com a vida e a morte de Anne Frank para honrá-la e prevenir atrocidades no futuro. Não a exploramos”, condenou no Twitter. “Há formas mais apropriadas de celebrar o legado de Anne Frank do que através de uma fantasia de Halloween, que é ofensiva e banaliza seu sofrimento, assim como o de milhões de pessoas durante o Holocausto”, afirmou no Facebook o porta-voz do Centro Anne Frank para o Respeito Mútuo.

Mas outras empresas de venda na Internet, como a Amazon, decidiram não interromper a oferta da vestimenta, que descrevem como a de uma “menina evacuada da Segunda Guerra Mundial”.

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