_
_
_
_
_

Executivo da Odebrecht na Venezuela diz ter dado 35 milhões de dólares a Maduro

Ex-procuradora-geral Luisa Ortega, destituída pelo chavismo, divulga vídeo com parte da delação de Euzenando de Azevedo

A ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, destituída do cargo neste ano após romper com o regime chavista, publicou em sua conta de Twitter um vídeo em que Euzenando de Azevedo, principal executivo da empreiteira Odebrecht no país, admite ter dado 35 milhões de dólares (158,6 milhões de reais) à campanha eleitoral do presidente Nicolás Maduro, em 2013.

Mais informações
Luisa Ortega: “Continuarei denunciando que não há democracia na Venezuela”
Documentos revelam novo nome na folha de pagamento de propinas da Odebrecht na Europa
Canadá impõe sanções contra Maduro e 39 altos funcionários da Venezuela

Maduro, segundo essa versão, teria enviado um representante, chamado Américo Mata, para coordenar com o Azevedo o montante e a entrega da ajuda para Maduro, que disputava a eleição de abril daquele ano como indicado do falecido presidente Hugo Chávez.

Azevedo se beneficiou de um acordo de delação premiada feito na Justiça brasileira. Seu depoimento foi tão explosivo quanto o da ex-procuradora Ortega Díaz, que escapou a Venezuela após sofrer uma implacável perseguição do regime e foi a Brasília apresentar uma denúncia de corrupção contra o número dois do chavismo, Diosdado Cabello. Sempre segundo sua versão, o poderoso vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) teria recebido 100 milhões de dólares em subornos, depositados na empresa de dois primos na Espanha.

Essas revelações foram feitas no fim de julho, às vésperas da polêmica eleição da Assembleia Nacional Constituinte convocada por Maduro, mas voltaram a ganhar força agora por ser a primeira vez que um vídeo com a delação de Azevedo é divulgado. Sites noticiosos venezuelanos vinham revelando desde o começo do ano que a Odebrecht, exigia, em troca dos desembolsos, que os políticos não atrapalhassem suas obras em curso e facilitassem a concessão de novos contratos, que sempre foram outorgados pelo Governo central.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_