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Incêndios na Califórnia já deixam 31 mortos e 3.500 casas destruídas

O governador afirma que os incêndios, que continuam, são os mais graves da história As chamas arrasaram 77.000 hectares no Estado

Os 21 focos de incêndio ativos na Califórnia nesta quinta-feira (um a menos do que na quarta-feira) já tinham feito 31 vítimas fatais, segundo o último balanço divulgado na quinta-feira pela tarde, que informa também que 400 pessoas seguem desaparecidas. O fogo arrasou 77.000 hectares —praticamente o tamanho da cidade de Nova York—. As chamas destruíram 3.500 edificações. O foco mais grave, o que espreita a localidade de Santa Rosa, a 90 quilômetros ao norte de San Francisco, só estava controlado em cerca de 10% na quinta-feira e já queimou 14.000 hectares. Com estas cifras, esta já é considerada a série de incêndios mais mortal dentre as registradas no Estado.

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Com as chamas rondando a baía, San Francisco tem cheiro de fumaça. Uma densa nuvem cobre uma cidade normalmente limpa pelas correntes de ar da baía. Recomenda-se não ventilar a casa ou fazer exercício ao ar livre. Melhor se crianças e idosos não saiam à rua. Em San José, a antiga capital de Silicon Valley, a situação é muito parecida. Embora esteja mais ao sul, a localidade está mais bem conectada pelos incêndios que atingem o norte de Califórnia e estão causando danos nas localidades de Sonoma e Napa, conhecidas por sua atividade vinícola e turística.

Segundo o último balanço, o número de desaparecidos supera 400 pessoas no condado de Sonoma, o mais afetado. O xerife do condado esclareceu que este número representa só telefonemas ou mensagens de pessoas que não encontravam alguém nos primeiros dias do incêndio. Muitas destas pessoas aparecerão, mas as autoridades apenas agora começaram a fazer buscas entre os escombros das casas, e a cifra de mortos pode subir.

O governador da Califórnia, Jerry Brown, afirmou que os incêndios são os mais destrutivos até o momento. “Tivemos grandes incêndios no passado, mas este é um dos maiores, dos mais sérios. E não terminou". Segundo os dados do Cal Fire, o Departamento de Florestas e Proteção de Incêndios, este é o incêndio que mais danos materiais provocou dentre os que se tem registro. Mais de 8.000 bombeiros trabalham. As equipes de combate contam com 73 helicópteros, 30 aviões e 550 carros de bombeiro. Cifras altas, mas não suficientes. Solicitou-se ao Governo federal mais 154 unidades e, aos Estados vizinhos, outras 170.

O incêndio mais grave na Califórnia de que se tinha registro até agora aconteceu em Alameda, em 1991: queimou 2.900 edifícios e tirou a vida de 25 pessoas. Depois deste, o incêndio de Cedar, registrado em San Diego em 2003, foi o mais grave, com um saldo de 2.800 propriedades queimadas e 15 mortos.

Durante a tarde da quarta-feira e a noite da quinta-feira, os esforços foram em impedir que as rajadas de vento —de até 96 quilômetros por hora— abram novas frentes de incêndio.“Haverá mais incêndios nos próximos dias. É uma situação imprevisível. Estamos diante de um evento sério, crítico e catastrófico”, afirmou Ken Pimlott, chefe do Cal Fire.

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