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Vigia põe fogo em crianças em creche de Janaúba, em Minas, e ao menos sete morrem

As vítimas até o momento são cinco crianças e a professora. O agressor também morreu No total, 22 foram queimados e casos graves foram levados para hospitais da região

Moradores em frente à creche onde ocorreu o ataque, em Janaúba, no norte de Minas.
Moradores em frente à creche onde ocorreu o ataque, em Janaúba, no norte de Minas.EFE
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Uma tragédia abalou a pequena cidade mineira de Janaúba, a 557 km da capital Belo Horizonte. O vigia noturno da creche Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente ateou fogo em dezenas de crianças entre quatro e seis anos que estavam no estabelecimento na manhã desta quinta-feira, 5 de outubro. De acordo com a Prefeitura de Janaúba, quatro crianças morreram no local. Outras 22 foram socorridas e levadas para hospitais da região, sendo que nove delas estão em estado grave com queimaduras em mais de 20% do corpo, de acordo com um boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros. Após o socorro, mais uma criança, uma professora e o agressor morreram, totalizando sete mortos na tragédia. No fim da noite de ontem, as autoridades haviam divulgado que mais uma criança havia morrido, porém depois o hospital retificou a informação. Ela havia sofrido uma parada cardíaca e sobreviveu. 

Segundo informações dos jornais locais, o agressor seria Damião Soares dos Santos, de 50 anos, que havia sido afastado do cargo após alegar problemas de saúde. Ele jogou álcool sobre as crianças e sobre seu próprio corpo e em seguida acendeu o líquido inflamável. O teto de material inflamável da sala onde o crime ocorreu teria ajudado a espalhar as chamas. Santos também chegou a ser internado em estado grave, mas morreu durante a tarde.

O G1 divulgou uma lista com o nome dos mortos. A fonte, de acordo com o portal, seria o Instituto Médico Legal da cidade. Seriam: Ana Clara Ferreira Silva, Luiz Davi Carlos Rodrigues, Juan Pablo Cruz dos Santos, Juan Miguel Soares Silva, Renan Nicolas Santos, todos de quatro anos; Helley Abreu Batista, a professora, de 43 anos, além de Damião. 

O crime ocorreu no horário do intervalo da creche, e no momento cerca de 50 pessoas, entre crianças e funcionários, estavam no local. Helicópteros da Polícia Militar de cidades vizinhas foram deslocados para Janaúba para auxiliar na remoção de vítimas para hospitais de referência no tratamento de queimados, como o João XXIII, na capital mineira, e a vizinha Montes Claros. Nas redes sociais, moradores da cidade pedem doações de material hospitalar e de sangue para o Hospital Regional, que recebeu a maioria dos feridos. Quinze pessoas deram entrada no local em estado de choque, mas já foram liberadas.

O presidente Michel Temer, que está em Belém, disse “lamentar imensamente” a tragédia em Janaúba. “Eu que sou pai, naturalmente muitos dos senhores e das senhores também o são. Deve ser uma perda dolorosa. Quero expressar minha solidariedade às famílias, lamentar esse acontecimento", afirmou, em seu perfil no Twitter. O peemedebista disse ainda que o mundo está “muito convulsionado (...) e muitas vezes ocorrem lamentáveis acontecimentos”. O governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), divulgou nota afirmando ter determinado "a mobilização de todas as forças de Saúde Pública e de segurança (...) nas operações de resgate e salvamento" na creche. Ele declarou luto oficial de três dias em razão da tragédia. A assessoria de imprensa do petista afirmou que ele se dirigiu a Janaúna no início da tarde.

O prefeito da cidade, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), comparou o ocorrido a um conflito armado. "Eu nunca vi uma guerra, mas a situação aqui parece ser igual. É catastrófica", afirmou o tucano. A prefeitura criou uma conta corrente para receber doações em dinheiro para ajudar as vítimas.

Em entrevista a um jornal local, o tenente Diego Prates, do sétimo batalhão dos Bombeiros, afirmou que testemunhas afirmaram que o homem entrou com um galão de gasolina ou álcool, e ateou fogo. “Em seguida ele saiu abraçando as pessoas, para que todos pegassem fogo”, disse. De acordo com Prates, existe a suspeita de que o homem sofresse de algum distúrbio mental.

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