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Morre o rei das ‘fake news’ a quem se atribui a vitória de Trump

Paul Horner, de 38 anos, morreu de overdose em sua casa no Arizona, nos EUA

Paul Horner, durante uma entrevista à CNN.
Paul Horner, durante uma entrevista à CNN.

A fama de Paul Horner durou apenas um ano. O autor mais célebre das fake news, notícias falsas, um termo com forte conotação política desde as últimas eleições nos Estados Unidos, morreu no dia 18 de setembro em sua casa em Laveen (Arizona), mas a notícia sobre a morte dele só se tornou pública nesta quinta-feira, dez dias depois. Paul Horner encontrado em sua cama, onde já estava sem vida depois de uma overdose de medicamentos.

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Horner era conhecido por ser o autor de várias notícias falsas no Facebook e em sites dedicados a difundir rumores e fazer dinheiro com o clique fácil de títulos chamativos sem apuração. Ele mesmo se autoproclamou peça-chave na vitória do presidente Trump em novembro passado e conseguiu que membros da campanha de Trump e até da Fox News repercutissem seus boatos.

Desde então, o Congresso dos Estados Unidos abriu várias investigações sobre o papel desse tipo de artigo sem apuração nem checagem e sua difusão nas redes sociais.

O Facebook encontrou mais de 3.000 perfis que compravam publicidade para incentivar o clique nesse tipo de conteúdo e tomou medidas para evitar que os autores dessas páginas, cujo modelo de negócio, além da manipulação, consiste em conseguir visitas para cobrar pela publicidade, enriquecessem dessa maneira.

Entre as invenções e confabulações de Horner estão boatos muito difundidos, como o de que o presidente Obama era gay, assim como muçulmano radical. Até EricTrump, filho do presidente, e seu diretor de campanha Corey Lewandowski publicaram alguns de seus artigos. Entre eles, que os manifestantes contrários a Trump recebiam um salário de 3.000 dólares por ano.

Perguntado sobre seu trabalho, Horner minimizava sua importância. Em suas palavras, não era mais do que “sátira política”.

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