_
_
_
_
_

Flórida enfrenta uma reconstrução longa e cara depois do furacão Irma

Apesar da reabertura de aeroportos e lojas, a vida demorará a voltar ao curso normal

Barco ao lado de destroços causados pelo Irma em uma estrada na Flórida.
Barco ao lado de destroços causados pelo Irma em uma estrada na Flórida.Carlos Barria (REUTERS)

Em 12 horas destruiu estradas, barcos, carros e linhas elétricas; e matou ao menos 12 pessoas na Flórida. Mas a ressaca do Irma durará semanas e, em alguns casos, meses. Enquanto o furacão, que se tornou uma tempestade tropical, perdia força ao passar pela Carolina do Sul, 13 milhões de pessoas – 5,5 milhões de usuários – ainda estavam sem eletricidade na Flórida na terça-feira. As equipes de emergência e as agências do Governo trabalhavam sem descanso para restaurar a normalidade, mas, apesar da reabertura de aeroportos e lojas em boa parte do Estado, a vida demorará a voltar ao curso normal.

Mais informações
Por que nos esquecemos das vítimas de catástrofes ambientais da Índia e do continente africano?
“Não atire no furacão”: o alerta de um xerife após uma brincadeira no Facebook
O dia D em um refúgio de Miami: cansaço, enxaqueca e pizza requentada

As ilhas Keys, no sul do Estado, onde o Irma aterrissou com toda a sua ferocidade, continuavam sem conexão telefônica, fornecimento de eletricidade e desabastecimento de alimentos e gasolina. Os 10.000 moradores que não evacuaram a área agora temem ser desalojados por causa da precariedade da situação. As únicas duas estradas que ligam a estreita península com o resto da Flórida permaneciam bloqueadas por danos materiais.

Naples, outra das vítimas mais diretas do Irma, localizada na costa oeste da Flórida, por onde o furacão subiu, se levantava enquanto as autoridades ainda avaliavam os danos. Havia longas filas nas casas de ferragens; todo mundo tinha algo para consertar. E os carros invadiam os estacionamentos dos poucos restaurantes em funcionamento. “Isso foi terrível, mas o McDonald’s já está aberto”, resumiu uma moradora. Apesar de nessa área não terem sido registradas vítimas fatais até agora, a passagem do furacão provocou complicações médicas para muitos aposentados e famílias que ocupam essa região residencial.

Miami respirava com mais tranquilidade. Os bairros de Brickell e Miami Beach, dois dos mais inundados pelo Irma, reabriam suas ruas. Os primeiros restaurantes penduraram o cartaz de “aberto” e muita gente voltou ao trabalho. Aqueles que ficaram em hotéis durante a tempestade esvaziaram seus quartos para retornar às suas casas, embora não soubessem em quais condições estão. “Vamos ver se podemos entrar hoje. Já tentamos ir na segunda-feira e ficamos três horas em um engarrafamento na ponte de acesso. A polícia não deixava ninguém passar”, disse Blanca, moradora de Miami Beach.

O norte da Flórida e os Estados da Carolina do Sul e Carolina do Norte ainda tinham inundações depois da violenta tempestade. Jacksonville, uma cidade litorânea no nordeste da Flórida, era uma grande piscina por causa do transbordamento do rio St. Johns. O nível da água chegou a dois metros acima do nível do solo nas áreas centrais da cidade. Charleston, outro destino turístico popular da costa leste da Carolina do Sul, também sofreu inundações, um pouco menos severas à medida que o Irma se desvanecia pelo mapa dos EUA.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_