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Geddel Vieira é preso após PF encontrar suas digitais em dinheiro do ‘bunker’

Três dias após PF apreender 51 milhões de reais em apartamento em Salvador, PF encontra indícios de que dinheiro tem ligação com homem forte de Michel Temer

O ex-ministro Geddel Vieira Lima em uma imagem de arquivo.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima em uma imagem de arquivo.U.MARCELINO (Reuters)

Geddel Vieira Lima (PMDB), ex-ministro do Governo Lula e um dos homens de confiança do presidente Michel Temer, de quem também foi ministro, perdeu os benefícios da prisão domiciliar, sem tornozeleira eletrônica, três dias após a Polícia Federal (PF) encontrar um bunker com 51 milhões de reais em dinheiro vivo em um apartamento em Salvador (BA).

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A PF tem índicios do envolvimento do ex-ministro com o crime de lavagem de dinheiro relacionado à montanha de notas apreendidas. Uma das provas seria impressões digitais de Vieira Lima encontradas no próprio dinheiro e nas caixas e malas que acondicionavam o montante. Na petição enviada à Justiça, a PF afirma que o "dinheiro apreendido tem, certamente, origem ilícita, decorrente das atividades criminosas praticadas por Geddel Quadros Vieira Lima no comando da vice-presidência de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal e, possivelmente, de outras que porventura podem vir a ser descobertas".

A PF afirma que foi realizado um exame pericial no dinheiro apreendido, no qual foram encontradas alguns fragmentos de impressões digitais do ex-ministro e de Gustavo Pedreira Ferraz, "uma pessoa ligada a Geddel", que foi, inclusive, "indicado por ele para buscar, em 2012, valores ilícitos remetidos por Altair Alves, emissário de Eduardo Cunha".

Vieira Lima, 58, foi levado no início da manhã pela PF para o aeroporto na capital do estado da Bahia com destino a Brasília. Ele cumpria prisão domiciliar por suspeita de tentar atrapalhar as investigações sobre fraudes na Caixa Econômica e a PF acreditava que havia risco de fuga.

A PF não informou até agora o lugar ao qual o ex-poderoso ministro seria transferido. A ação da PF faz parte da 4ª fase da Operação Cui Bono – um desdobramento da Operação Tesouro Perdido –, que nesta manhã cumpriu 5 mandados judiciais expedidos pela 10 ª Vara Federal de Brasília, sendo 3 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão preventiva.

A autorização para as medidas cautelares foi dada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara, em Brasília. O objetivo é recolher provas da prática de crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na petição, o Ministério Público Federal, endossou os pedidos apresentados pela Polícia Federal, argumentando que as medidas são necessárias para evitar "a destruição de elementos de provas imprescindíveis à elucidação dos fatos".

O Juízo autorizou também a quebra de sigilo telefônico, bancário e postal dos envolvidos. Dentre os locais que foram alvo de busca e apreensão está o apartamento da mãe de Geddel Vieira, em Salvador.

A defesa de Geddel Vieira Lima informou por meio de nota que "somente se manifestará quando, finalmente, lhe for franqueado acesso aos autos". Afirmou ainda que o direito de defesa está sendo "reiteradamente desrespeitado".

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