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Berlusconi propõe moeda paralela na Itália e mercado reage

Declarações foram feitas em meio a um clima anti-europeu cada vez maior no país

Silvio Berlusconi no primeiro plano, com sua ex-mulher Veronica Lario ao fundo da imagem
Silvio Berlusconi no primeiro plano, com sua ex-mulher Veronica Lario ao fundo da imagemCordon Press

O risco-país da Itália disparou, nesta terça-feira, ao seu nível máximo nas três últimas semanas depois que o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi defendeu a ideia de introduzir no país uma moeda paralela ao euro.

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Durante o dia, o rendimento das obrigações italianas a 10 anos chegou a subir nove pontos básicos até atingir seu máximo, nas últimas três semanas, de 2,13%. O avanço no encerramento da jornada, de sete pontos, foi o maior em um só dia no último mês. Analistas consideram que a alta se deve às declarações que Berlusconi, líder do partido de centro-direita Forza Italia, fez durante o fim de semana. Outros fatores, como a incerteza diante das próximas decisões do Banco Central Europeu (BCE), também influenciaram.

“Todos os países mais importantes do mundo, dos Estados Unidos ao Reino Unido, da Rússia à China e ao Japão, combateram a crise econômica imprimindo moeda. É o que nós deveríamos fazer também”, afirmou o antigo chefe de Governo à revista Libero. Berlusconi pretende chegar ao poder nas eleições do ano que vem à frente de um bloco de direita com a Liga Norte que rivalize com o polo de centro-esquerda de Matteo Renzi e os populistas do Movimento 5 Estrelas.

“A proposta de duas moedas, uma nacional para as transações internas e outra comum para as externas, é semelhante à que tínhamos nos anos oitenta e noventa com a lira e a Unidade Monetária Europeia (ECU)”, afirmou o magnata, dando asas ao temor de que, se chegar ao Governo, ele pretenda criar uma moeda paralela ao euro. Essas declarações vêm à tona em meio a um clima anti-europeu cada vez maior na terceira economia da zona do euro.

A ideia de uma divisa paralela poderia ajudar Berlusconi a encontrar pontos em comum com a Liga Norte, um partido anti-imigração, e com a força direitista Irmãos Italianos, segundo declarou à Reuters Lorenzo Codogno, professor da London School of Economics.

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