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Big Ben ficará silenciado por obras de restauração durante quatro anos

Sinos da torre de Londres soarão pela última vez em 21 de agosto – depois disso, só em 2021

O Big Ben de Londres, hoje, 14 de agosto de 2017.
O Big Ben de Londres, hoje, 14 de agosto de 2017.DANIEL LEAL-OLIVAS (AFP)

Os sinos do Big Ben, o nome popular do célebre campanário do Parlamento britânico, estão prestes a se calar. A partir da próxima segunda-feira, e pelos próximos quatro anos de restauração, o ícone mais reconhecível de Londres continuará dando a hora, só que em silêncio. Os cidadãos foram convidados a se juntarem em torno da construção neogótica à beira do rio Tâmisa para assistir a essa despedida temporária, que marcará uma última badalada ao meio-dia de 21 de agosto (hora local).

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Até sua volta sonora, em 2021, os martelos que há 157 anos vêm repicando no grande sino principal serão desconectados do relógio, cujas peças serão submetidas a reparação e limpeza. Também será removida a estrutura de ferro fundido e substituídos os ponteiros do relógio do Big Ben. A cirurgia necessária obrigará a silenciar não só o enorme sino – seu peso é de 13,7 toneladas – que proclama as horas em ponto, mas também seus companheiros encarregados de cantar os quartos de hora.

O desmonte dessa obra da engenharia vitoriana, concebida por Charles Barry, não impedirá que o relógio em si continue funcionando, graças à instalação de um motor elétrico que substitui o mecanismo original em reparação. Entretanto, em algum ponto dos trabalhos os operários precisarão cobrir as quatro faces da torre, deixando oculta temporariamente a referência horária mais respeitada do país.

Há mais de um século e meio, as badaladas do Big Ben ditam o ritmo da capital britânica, embora não de modo ininterrupto. Já foram silenciadas por restaurações anteriores, entre 1983 e 1985 e de novo em 2007, durante um intervalo mais breve, por se tratar apenas de manutenção. Os habitantes da cidade voltarão agora a sentir falta desse som tão característico, com o consolo de que o recuperarão de forma pontual em ocasiões especiais, como o Réveillon, que congrega multidões ao seu redor, e o Remembrance Sunday (o “domingo da lembrança” que a cada novembro evoca a assinatura do armistício que poria fim à Primeira Guerra Mundial).

A maior parte dos londrinos e dos milhões de turistas se refere à torre do palácio de Westminster – sede das duas câmaras do Parlamento – como Big Ben, mas esse na verdade é só o nome do relógio. Oficialmente, o campanário de 96 metros de altura se chamava Torre do Relógio até meia década atrás, quando os deputados da Câmara dos Comuns decidiram rebatizá-la em homenagem à rainha da Inglaterra. Mas, hoje em dia, nenhum londrino se refere a um de seus monumentos mais queridos como a Torre de Elizabeth. Por mais que os britânicos estimem sua monarca, a força do hábito pesa mais na hora de designar uma das construções mais fotografadas do Reino Unido.

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