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Trump diz que solução militar contra a Coreia do Norte está pronta

A chanceler alemã, Angela Merkel, se posiciona contra uma resposta armada

Donald Trump em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
Donald Trump em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.JONATHAN ERNST (REUTERS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que tudo está pronto para uma resposta militar contra a Coreia do Norte se o país levar adiante a ameaça de atacar a ilha de Guam. Trump lançou uma mensagem no Twitter para pedir ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, que mude de atitude. A nova escalada de tensões entre ambos os países já provocou mostras de preocupação da chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, e da Rússia.

"A solução militar está completamente preparada, garantida e comissionada, no caso de a Coreia do Norte agir de maneira insensata. Espero que Kim Jong-un encontre outro caminho!”, escreveu Trump.

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Minutos depois da mensagem, Merkel disse em Berlim que se opõe ao uso da força. “Não prevejo uma solução militar para este conflito, mas um trabalho consistente, como temos observado no Conselho de Segurança Nacional da ONU”, afirmou, em resposta às perguntas da imprensa sobre o tema. “A Alemanha tomará parte intensamente nas opções de solução que não sejam militares, mas considero que uma escalada verbal é uma resposta equivocada”, acrescentou.

O ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que a Rússia está muito preocupada com o aumento das tensões entre os EUA e a Coreia do Norte e lembrou que Moscou se opõe a que Pyongyang possua armamento nuclear. “Considero que o risco [de conflito armado] é muito alto. Especialmente levando em conta a atual retórica: soam claras ameaças ao uso da força”, disse Lavrov, segundo a mídia local.

Nesta quinta-feira Trump já havia redobrado as ameaças ao advertir o regime norte-coreano de que se mantiver sua atual linha de desafios irá se deparar com “fogo e fúria jamais vistos no mundo”. O presidente respondeu assim a quem questionou a forma e a substância dessas declarações, dizendo que “talvez não tenham sido suficientemente duras”.

Nesse sentido, ressaltou que o Governo da Coreia do Norte iria ficar “muito, muito nervoso” se empreender alguma medida anti-EUA, horas depois de o regime comunista aventar a possibilidade de atacar a ilha de Guam neste mesmo mês. O mandatário insistiu na necessidade de enfrentar um país que tem mantido suas atuais posições “durante tempo demais”. Trump afirmou que se sente apoiado “cem por cento” pelas Forças Armadas e por “muitos outros” líderes políticos em sua posição diante da Coreia do Norte.

O Exército norte-coreano afirmou na quarta-feira que planeja lançar quatro mísseis tipo Hwasong-12 que cruzariam os céus do Japão e cairiam entre 30 e 40 quilômetros das costas da ilha de Guam, importante enclave militar norte-americano no Pacífico, como uma advertência. O plano não teria como meta atacar a ilha e suas bases militares, mas suas águas próximas, segundo a agência KCNA.

Guam é uma pequena ilha do Pacífico com status de território não incorporado aos EUA. Localiza-se a cerca de 3.400 quilômetros de distância da Coreia do Norte e abriga uma importante base do Exército norte-americano por sua situação geoestratégica: a porta de entrada a pérolas do Pacífico, como Coreia do Sul e Taiwan.

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