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A meca dos ‘youtubers’ fica no Rio e tem vista para o mar

YouTube inaugura espaço para facilitar criação e produção de novos conteúdos com tecnologia de ponta

Primeiro espisódio do Porta dos Fundos gravado nos estúdios do YouTube Space do Rio.
Primeiro espisódio do Porta dos Fundos gravado nos estúdios do YouTube Space do Rio.
María Martín

Há anos o YouTube deixou de ser sinônimo de imagens de gatinhos e piadas internas para se tornar um gigantesco criador de conteúdo. Vídeos de qualidade atraem mais usuários, mais anunciantes e, claro, mais dinheiro. Essa lógica levou a plataforma a aterrissar no Rio de Janeiro com um espaço de 3.000 metros quadrados, vista para o mar, três estúdios, salas de aula, câmeras e equipamentos de última geração disponibilizados aos seus youtubers. A cidade com a maior indústria audiovisual do Brasil, o segundo mercado do YouTube depois dos Estados Unidos, promete se tornar agora a meca do vídeo digital na América Latina.

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A ideia é tirar os youtubers de casa e transformá-los em profissionais de criação e produção de vídeo. Muitos deles, apesar de serem ídolos entre os adolescentes, nunca tiveram acesso a câmeras e computadores de última geração ou cenários de cinema. O espaço é aberto e gratuito para criadores com a partir de 1.000 assinantes, que podem se inscrever em aulas que vão desde como rentabilizar os seus canais a lidar com o público, editar vídeos ou explorar as possibilidades de realidade virtual. Os youtubers mais profissionais e bem-sucedidos, aqueles com mais de 10.000 assinantes, também têm acesso a qualquer um dos três estúdios que recriam até uma rua típica do centro do Rio com um bar, uma galeria de arte e uma loja de discos. Para os canais dedicados à beleza, existe até uma sala de maquiagem com câmeras integradas aos espelhos capazes de transformar um tutorial caseiro de como usar um delineador em uma aula profissional.

O carioca é o décimo YouTube Space do mundo, que tem sedes em Londres, Los Angeles, Nova York ou Tóquio, e o segundo – e agora o maio r– do Brasil. São Paulo tem desde o ano passado um espaço com o mesmo espírito, mas dez vezes menor. Afinal, o Rio é a base de três dos dez principais youtubers brasileiros: Porta dos Fundos (13,3 milhões de assinantes), Felipe Neto (12,9 milhões) e Parafernalha (9,3 milhões). A empresa, comprada pelo Google em 2006 por 1,3 bilhão de euros (cerca de 4,8 bilhões de reais), concebeu o conceito do YouTube Space em março de 2015. Desde então, esses espaços já produziram mais de 10.000 vídeos com 1 bilhão de visualizações.

Além disso, o espaço do YouTube está em uma área do Rio que necessita de atividade. A empresa decidiu se instalar na zona portuária da cidade, região completamente revitalizada para os Jogos Olímpicos, cujo potencial comercial e residencial foi se frustrando à medida que foram avançando a recessão no Brasil e os problemas financeiros do Rio. A crise, no entanto, nunca foi um impedimento para continuar com o projeto, afirma a empresa. “É preciso construir agora para os próximos anos”, diz o presidente do Google Brasil, Fabio Coelho. “Estamos inclusive investindo em trazer cabos submarinos desde os Estados Unidos para melhorar a nossa conectividade. O Brasil tem um enorme potencial para a economia digital”.

A ideia da plataforma também é auxiliar na divulgação e criação de conteúdos de seus vizinhos, que vão de ONGs nas favelas próximas ao Museu do Amanhã, projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, ou o Instituto Pretos Novos, um museu criado a partir de um cemitério de escravos da época colonial. “O YouTube serve para contar histórias e dar espaço a esses contadores de histórias”, disse o diretor global do YouTube Space, Lance Podell. “Nosso trabalho aqui é ajudar para que as histórias e seus narradores ganhem vida”.

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