Estreia do Carrefour na bolsa sugere retomada de confiança na economia brasileira
Pode ser o ano mais intenso quanto à estreias na Bolsa desde 2013
A divisão brasileira do Carrefour captou 5,1 bilhões de reais na maior IPO do país em quatro anos. O aumento desse tipo de operação sugere uma crescente confiança na maior economia da América Latina. Mas o ritmo de recuperação é suave, e colocar preços razoáveis é crucial.
O preço das ações se situou no extremo inferior da faixa sugerida e o montante arrecadado foi um pouco menor que os 6,4 bilhões de reais que o Carrefour desejava. Os investidores podem ter pensado que não vale a pena cotizar com um grande prêmio em relação ao seu rival, o GPA. A farmacêutica colombiana Biotoscana, por sua vez, deve fixar hoje um preço para sua IPO de certificados de depósito brasileiros. É a semana mais intensa quanto a IPOs no Brasil desde fevereiro, e pode ser o ano mais movimentado desde 2013.
A economia está se recuperando lentamente depois de dois anos de profunda recessão. Prevê-se que o PIB cresça em torno de 0,3% este ano depois de ter se contraído rapidamente em 2015 e 2016. O índice Bovespa de São Paulo subiu quase 9% este ano, e quase 75% desde seu mínimo de 2016. À medida que o crescimento volta e a confiança das empresas se recupera, poderia haver entre 15 e 20 outras IPOs de empresas locais em 2017, segundo a operadora da bolsa do país, a B3.
A companhia aérea Azul, a empresa de diagnóstico médico Hermes Pardini e a de aluguel de carros Movida entraram este ano na Bolsa. Planejam fazer o mesmo a Tivit, provedora de TI; a IRB Brasil, a maior resseguradora do país; a NotreDame Intermédica; e a Omega Geração, de energia renovável. É um voto de confiança por parte das empresas e investidores que o Brasil não via há anos.